Álvaro Dias. Senador diz ser natural a resistência do DEM, mas ameaça: se não for vice, Osmar Dias vai disputar governo do Paraná
Previsão do tempo. 'Essa turbulência é passageira. O final será do entendimento', diz Dias
Indicado para ocupar a vaga de vice-presidente na chapa tucana, o
senador Álvaro Dias (PSDB-PR) garante que será um "coadjuvante
obediente", caso José Serra seja eleito presidente da República. Dias
considera naturais as resistências do DEM à sua escolha, mas alerta em
tom de ameaça: se sua candidatura à vice-presidência não for homologada
até amanhã, como determina a legislação, seu irmão e senador Osmar Dias
(PDT) vai disputar o governo do Paraná. Um dos objetivos da indicação
de Álvaro Dias foi retirar Osmar da corrida estadual paranaense, o que
deverá criar dificuldades de palanque no Estado para a candidata do PT
à Presidência, Dilma Rousseff.
O senhor teme sequelas na campanha de José Serra depois de sua escolha para vice ter desencadeado uma crise entre PSDB e DEM?
-O DEM tem deixado claro que não é resistência ao meu nome. É natural
que o partido postule o cargo; nada mais compreensível. Afinal, o DEM
ocupou duas vezes a vice-presidência no governo de Fernando Henrique
Cardoso e também, em 2006, quando o Geraldo Alckmin disputou a
Presidência da República. Mas não entendo que isso possa deixar
sequelas. Essa turbulência é passageira. O final será do entendimento.
Um dos argumentos usados pelo ex-governador Aécio Neves para não ser
vice na chapa presidencial tucana foi o de que o nome dele não
agregaria votos à candidatura de Serra. Seu nome vai aumentar o número
de votos em Serra?
-Acho que sou a pessoa menos indicada para falar sobre isso até
porque não advogo em causa própria. Houve uma avaliação cuidadosa, que
concluiu pelo meu convite. Agora, quem ganha eleição é o candidato a
presidente. O vice é coadjuvante. Quero ser um coadjuvante eficiente e
leal ao candidato. Quero ser um divulgador de suas qualidades e mostrar
que ele é a melhor alternativa. Não posso fazer uma avaliação a
respeito da dimensão do meu apoio. Mas, no Paraná, são 7,5 milhões de
eleitores, o que pode ser decisivo na eleição.
O senador Osmar Dias, seu irmão, vai retirar a candidatura ao governo do Paraná?
-Se a minha candidatura como vice-presidente for homologada, não há
como nós dois nos confrontarmos. Ele anunciou que sairá candidato ao
Senado. Ele avalia que o projeto nacional é prioritário. Se
eventualmente no dia 30 a minha candidatura não for homologada, ele
será candidato ao governo do Paraná. Para a homologação do meu nome
como vice, só falta o DEM concordar. Quando isso ocorrer, eu vou ser
anunciado oficialmente.
Essa vinculação entre sua indicação a vice-presidente e a retirada
da candidatura de seu irmão ao governo paranaense não é chantagem?
-Não existe essa vinculação. O senador Sérgio Guerra (presidente
nacional do PSDB) deixou isso muito claro. Não era uma decisão do
Paraná e sim uma decisão nacional. Não há essa vinculação. Nem eles
colocaram isso como exigência, nem isso foi recebido de nossa parte
dessa forma. Sempre estivemos juntos.
O Serra já disse que não queria um vice que "aporrinhasse". O senhor será um vice que não vai incomodar?
-Acho que sou um colaborador leal e fiel. Serei um coadjuvante
obediente sem criar problemas. O PSDB me convocou. Aceitei de forma
irrevogável. Trata-se de uma missão do partido.
A divulgação de seu nome como vice no Twitter foi desastrosa para a campanha?
-Não foi por desejo do senador Sérgio Guerra. Isso ocorre. É difícil não vazar uma notícia como essa.
Fonte: Eugênia Lopes - O Estado de S.Paulo
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