O
pré-candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, reiterou
hoje que considera que a presidenciável petista, Dilma Rousseff, é quem
deve dar explicações sobre a elaboração de um suposto dossiê contra
ele. Em resposta à interpelação protocolada pelo PT, no Fórum Criminal
da Barra Funda, em São Paulo, Serra, sem citar nomes, disse que o
episódio resgata a "velha prática" de "jogo sujo, abaixo da cintura".
"Esse episódio de dossiê deve ser jogado na lata de lixo da
história. Não contribui nada para a nossa democracia. Tudo que a
imprensa publicou neste fim de semana deve ser respondido por quem?
Pela candidata que chefia a sua campanha. O resto é factoide", disse,
após um encontro com lideranças e prefeitos da região norte de Minas,
em Montes Claros. O presidenciável tucano visitou a cidade ao lado do
ex-governador Aécio Neves e do governador mineiro Antonio Anastasia,
pré-candidato do PSDB à reeleição.
Na ação, o PT pede que o pré-candidato do PSDB confirme declarações
nas quais responsabilizou a presidenciável petista pelo suposto
dossiê."Estamos voltando àquela velha prática, característica desse
pessoal, de jogo sujo, abaixo da cintura, ataques familiares, coisas do
gênero", disse. "Lá estão todas as pessoas ou algumas delas envolvidas.
Quem tem que dar explicação, evidentemente, é a candidata que é a chefe
da sua própria campanha, como eu daria se tivesse acontecido algo no
meu tacho."
"Mãos limpas"
Em seus discursos, Aécio e Anastasia pregaram a união dos políticos
de "mãos limpas", numa referência velada ao episódio. "Nós estaremos de
mãos dadas e mãos limpas dos políticos corretos, dos políticos
honestos, dos políticos éticos", disse o governador.
Aécio também rechaçou a especulação de que o suposto material contra
Serra teria origem na disputa interna do PSDB, quando ele ainda
pleiteava a candidatura à Presidência pelo partido. "Eu exijo respeito.
A minha trajetória política é conhecida. E nós sabemos aonde estão os
aloprados, até endereço têm."
Na primeira aparição pública ao lado do ex-governador paulista desde
que retornou de viagem de férias ao exterior, Aécio cobrou dos cerca de
60 prefeitos do PSDB, PPS, DEM, PP, PTB e PSC presentes no auditório do
Automóvel Clube o voto casado em Anastasia e no presidenciável tucano,
chamado sempre de "presidente Serra". Aécio encerrou seu discurso
conclamando as lideranças a manter as "mangas arregaçadas" para eleger
Serra, "rumo à vitória da decência" e para encerrar "esse ciclo de
governo que não interessa mais ao País".
"Não há hipótese de qualquer liderança do PSDB não estar com o Serra. Se não estiver, sai do PSDB", afirmou.
Fonte: EDUARDO KATTAH - Agência Estado
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