O
pré-candidato pelo PSDB à Presidência, José Serra, afirmou hoje que, se
eleito, financiará por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) o
tratamento de dependentes químicos. "O SUS precisa financiar as
internações em clínicas especializadas ou em comunidades terapêuticas",
disse, em reunião com especialistas em políticas públicas contra as
drogas, em São Paulo. Partiu de Serra a iniciativa de reunir 20 médicos
e representantes de entidades de apoio a dependentes.
Segundo o tucano, o problema das drogas o "atormenta" e, por isso,
buscou ajuda de especialistas para construir uma proposta de governo
para a área. "É um perigo improvisar nessa matéria. Você pega uma
pesquisa, vê que há preocupação e vem com qualquer tipo de medida",
disse, em referência às ações do governo federal. O Plano Integrado de
Enfrentamento ao Crack, anunciado no fim de maio pelo presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, foi alvo de críticas de psiquiatras que
participavam do evento, que o classificaram como "absurdo" e
"ideológico".
Apesar das alfinetadas, Serra evitou polemizar ao ser questionado
sobre o programa de Lula. "Eu não vou dar lides dessa natureza. De
repente, não sai mais nada (no jornal). Só o tititi do duelo." O plano
da administração federal prevê reforço ao atendimento de viciados em
Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) e em consultórios de rua. Serra
pretende usar como modelo para o País, se eleito, as clínicas para
tratamento de dependentes que criou quando governador de São Paulo, em
parceria com entidades sociais.
"Há uma resistência à ideia de que possa ter uma clínica
especializada em dependente químico, mas os hospitais gerais não são
equipados para recebê-los", disse. "O SUS é contra as clínicas que
criamos e contra os Ambulatórios Médicos de Especialidades (AMEs) de
Psiquiatria, que o governo paulista vai lançar em julho."
Veja vídeo: Serra quer que SUS financie tratamento de dependentes
Bolívia
Serra prometeu, mais uma vez, reforçar a segurança nas fronteiras
para combater a entrada de drogas no País caso seja eleito. O tucano
considerou "exageradas" as reações a sua declaração sobre o tráfico de
drogas da Bolívia para o Brasil. Em maio, o pré-candidato acusou o
governo boliviano de cumplicidade com o tráfico.
"Não vejo porque discutir a origem da droga seja um problema
diplomático." Questionado sobre a participação da Colômbia no tráfico,
minimizou: "No governo colombiano, não há esse corpo mole em relação à
produção de drogas como há na Bolívia."
Fonte: CAROLINA FREITAS - Agência Estado
Comentários
Postar um comentário