Ao
presidente Luiz Inácio da Silva já não basta infringir a lei de maneira
explícita nem debochar dos tribunais de forma desabrida. Para tentar
ganhar a eleição não hesita e agora simplesmente inventa que é um
exemplar cumpridor da lei cercado por adversários infratores.
É bem verdade que o presidente nestes dois mandatos nunca deu um só
exemplo de bom comportamento no campo da moral e da ética. Sempre que
teve uma chance firmou ao lado do mau combate.
Defendeu o uso do caixa 2, amenizou responsabilidades de todos os
notórios em revista, deu cheque branco a quem não deveria, beijou a mão
de quem não merecia, afagou quem teve o mandato interrompido condenado
por toda a sociedade, contemporiza com todos os ditadores do planeta,
seguramente nunca antes neste País um presidente da República cometeu
tantas e tão reiteradas infrações à legislação eleitoral.
Ao ponto de ser multado cinco vezes pelo Tribunal Superior
Eleitoral. Colegiado este que não nutre especial gosto por punições
rigorosas a autoridades de altíssima patente. Tanto é que deixou que o
presidente Lula pintasse e bordasse bastante antes de começar a puni-lo.
Assim mesmo foi preciso que Lula praticamente implorasse pelas
multas, solapando a autoridade da Justiça com suas zombarias de
auditório.
É certo que todos já estamos bastante acostumados com a ausência de
modos da parte do presidente, fato visto como positivo por gente que
acha que quanto mais sem educação o jeito, quanto mais chulas as
expressões, quanto maior o menosprezo às normas de civilidade para
alcançar os objetivos pretendidos, tanto mais parecido com o "povo
brasileiro" o presidente será.
Qual o ganho que isso rende mesmo à sociedade, qual o avanço
concreto que isso traz ao Brasil não ficou esclarecido até hoje.
Popularidade? Sim, serve a Lula, ao PT, ao PMDB e aos tantos partidos
penduricalhos para ganhar eleição.
Mas o que a nação perde em termos de valores tendo a impostura como
prática de um presidente da República não interessa como tema de
discussão. Em país democrático com instituições e sociedade saudáveis é
uma distorção.
É como se o que se vê e o que acontece não valesse nada, tudo perdesse o efeito só porque o presidente diz ao contrário.
Note-se a declaração de ontem por inteiro: "Cabe ao presidente da
República ser o exemplo no cumprimento das leis. Agora, é importante
que a gente fique atento (sic), porque estou cheio de adversários que,
com a preocupação de querer me enfrentar na campanha, começam a querer
ganhar o jogo no tapetão, e este país vai exercitar a democracia até o
fim."
E acrescentou: "Acho que todos nós temos que cumprir a lei, todos
nós temos um ritual de campanha permitido e proibido pela legislação.
Acho que ninguém quer transgredir a lei. Se houver excesso, claro que
cada um de nós tem que ser punido, mas tenho ouvido gente falando
demais, fazendo insinuações demais e interpretações demais."
Começando pelo fim: 1. Ninguém fala mais que o próprio presidente
Lula. 2. Se as "insinuações" são os avisos da Justiça e do Ministério
Público sobre possíveis consequências futuras dos ilícitos cometidos
agora, o presidente já parece orientado por advogados a tentar amenizar
os seus efeitos.
3. Não é verdade que a transgressão tenha sido involuntária. Foi
proposital como demonstram as repetidas reincidências. 4. Não há
ameaças à democracia. 5. O fato de os adversários recorrerem à Justiça
é instrumento de defesa e não recurso para "ganhar no tapetão".
Inclusive porque ação judicial em si não rende voto.
A menos que Lula esteja preparando o terreno para se fazer de vítima
caso a Justiça Eleitoral venha a tomar atitude mais rigorosa em relação
à candidatura de Dilma Rousseff. Caso isso aconteça será para a
oposição o pior dos mundos.
Mas que fique bem claro: terá sido em função do golpe baixo de
primeiro antecipar a campanha e depois imaginar que a Justiça Eleitoral
aceitaria o fato consumado na marra, pois não teria coragem de
enfrentar a popularidade de Lula para fazer cumprir lei.
Fonte: O Estado de S.Paulo
Welbi
ResponderExcluirVou levar para o Espaço Mensaleiro.
Sou fã da Dora Kramer.
Muito obrigada.
É de um contradição sem limites. Fosse Lula, aquele lá de trás teria muito mais sucesso.O poder subiu-lhe a cabeça e hoje mais parece u,apresentador de picadeiro.
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