Em
troca do apoio a José Serra, o PTB não perdeu tempo e já entregou a
fatura. O partido, presidido por Roberto Jefferson (RJ), réu do
mensalão federal por corrupção e lavagem de dinheiro, quer a cadeira de
vice na chapa do tucano. E até indicou o nome: Benito Gama, tesoureiro
nacional do PTB. Na convenção dos trabalhistas, ao som de vuvuzelas
desafinadas, Serra fez elogios a Benito, que com ele foi deputado
constituinte.
Após dançar o "rebolation", que empolgou Serra e arrancou boas
gargalhadas da plateia, Jefferson reafirmou que a legenda "vai
disputar" a vaga de vice. O tucano se disse bem impressionado com o
saracoteio do petebista, mas sobre Benito não respondeu nem que sim nem
que não.
Jefferson acusou "caneladas e jogo bruto do PT". Citou as cinco
multas que a Justiça eleitoral aplicou ao presidente Lula, por campanha
antecipada, e fez menção à Dilma Rousseff, do PT. "O presidente
continua a escarnecer da Justiça, do Ministério Público. Não quero
acreditar que o crime compensa, mas a mulher tá subindo."
A aliança com Serra não foi decisão fácil no PTB. O partido estava
dividido. Uma ala da agremiação queria reforçar a coligação de Dilma,
mas desistiu. Um dos artífices do pacto por Serra chama-se Campos
Machado, líder do PTB na Assembleia Legislativa de São Paulo.
Ele passou a semana nos bastidores, conduziu encontros fechados, fez
telefonemas decisivos, convenceu uns, demoveu outros e mobilizou a
Juventude PTB. "Vamos ter dificuldades, mas a montanha por maior que
seja não impede a chegada do sol", profetizou Machado.
Fonte: O Estado de S.Paulo
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