PSDB e PT iniciaram ontem embate na CPI da Bancoop sobre a quebra do
sigilo de 15 pessoas físicas e jurídicas que teriam mantido vínculos e
negócios com a Cooperativa Habitacional dos Bancários - sob
investigação da comissão parlamentar de inquérito e do Ministério
Público Estadual por suspeita de fraudes e desvio de recursos para
financiamento de campanhas do PT.
Os tucanos querem abrir dados fiscais e bancários de nomes citados à
CPI na Assembleia de São Paulo. Mas os petistas impediram a votação do
requerimento, de autoria do deputado Bruno Covas (PSDB), relator.
"Estou de acordo com a quebra do sigilo, mas temos que saber se a CPI
pode ou se tem que pedir ao Judiciário. Além disso, essa medida não
pode ser genérica, mas individualizada, até para não beneficiar quem de
fato cometeu algum delito", advertiu o deputado Vanderlei Siraque (PT).
Covas apresentou lista de 8 pessoas e 7 empresas das quais pretende
vasculhar informações financeiras e tributárias. Entre seus alvos está
Hélio Malheiro, que afirma ter ouvido do irmão, Luís Malheiro, que
dinheiro desviado da Bancoop abastecia campanhas do PT. O relator quer
abrir o sigilo de Andi Roberto, ex-segurança da Bancoop, Ricardo Luis
do Carmo, engenheiro de obras, e do próprio Luís Malheiro, que morreu
em 2004. "A Bancoop virou monstro de esqueletos, prédios abandonados e
cooperados gerando demandas judiciais", avalia Samuel Moreira,
presidente da CPI.
A CPI ouviu Freud Godoy, citado no episódio dos aloprados do PT, em
2006. Sua empresa, Caso - em nome da mulher - presta serviços à
Bancoop. Godoy disse que é filiado ao PT há 19 anos e que presta
serviços ao partido desde 1991 - admitiu que na ocasião dirigiu empresa
"irregular", sem registro. Em 2002, na campanha de Lula à Presidência,
recebeu da SMP&B, de Marcos Valério, apontado como operador do
"mensalão do PT".
"O depoimento (de Godoy) foi esclarecedor sobre os serviços
efetivamente prestados por ele", ressalta o advogado da Bancoop, Pedro
Dallari. "Ficou bem demonstrado que não houve nenhum tipo de abertura
para qualquer tipo de exploração política." As informações são do
jornal O Estado de S. Paulo.
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