Frustrado o projeto de chapa puro-sangue, nome do deputado baiano José Carlos Aleluia, do DEM, ganha força dentro do tucanato
O PSDB espera que o pré-candidato José Serra invista no processo de
definição da escolha do vice até a semana que vem. A expectativa é ir
para a convenção do partido, no dia 12, já com um nome definido.
Como o ex-governador de Minas Aécio Neves garantiu que está fora do
projeto de chapa puro-sangue, a adesão ao nome do deputado José Carlos
Aleluia (DEM-BA) cresceu entre o próprio tucanato.
Uma reunião com os líderes dos principais partidos aliados – DEM e
PPS – está marcada para discutir a composição política da aliança com o
PSDB, passado o feriado de Corpus Christi. Ontem, a cúpula tucana se
reuniu a portas fechadas por, pelo menos, três horas na sede do
Instituto Fernando Henrique Cardoso, em São Paulo, para tratar do
assunto. Além de Aécio, o senador Tasso Jereissati (CE), também cotado
para vice, e o ex-presidente do partido Pimenta da Veiga (MG)
conversaram durante almoço com Fernando Henrique. Com uma hora de
atraso, o presidente da legenda, Sergio Guerra, chegou a tempo do
cafezinho. A reunião seguiu, ainda, por duas horas após sua chegada.
Na semana passada, Guerra, cujo nome também chegou a ser cotado em
caso de chapa puro-sangue, deu pistas de que um vice do DEM é o caminho
mais provável a ser adotado. "Vamos esperar o feriado passar e discutir
o assunto. Eu defendo uma solução rápida", disse ontem. Guerra faz
parte do grupo favorável a que o PSDB tenha o vice escolhido e
anunciado até a convenção do dia 12. Dentro do PSDB, porém, há quem
defenda a tese de que a escolha não precisa ser feita com pressa,
podendo deixar a decisão para 30 de junho, data limite prevista pela
Lei Eleitoral.
Fator Arruda. Um nome do DEM vinha sendo descartado
primeiramente por conta da possibilidade de Aécio aderir e, em segundo
lugar, em razão do desgaste provocado na imagem da sigla por conta do
escândalo envolvendo o ex-governador do Distrito Federal José Roberto
Arruda. Com a anunciada saída de Aécio de cena, o DEM voltou a ser
considerado na composição da chapa. Além de Aleluia, também é forte o
nome do líder do partido no Senado, José Agripino Maia (RN). Os dois
têm bom relacionamento com Serra – condição fundamental para a escolha
– e são do Nordeste, onde o PSDB tem seu pior desempenho.
Uma chapa puro-sangue, porém, não está totalmente descartada. Tasso
continua cotado, embora essa opção venha sendo considerada remota
dentro do partido. Outro nome que desponta como provável, entre
tucanos, é o da senadora Marisa Serrano (MS). A indicação de uma mulher
para vice de Serra poderia neutralizar o "efeito gênero" das
candidaturas de Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PV). Ou seja,
abarcar parte do eleitorado feminino, ainda indeciso.
Marisa tem viajado a São Paulo semanalmente, sempre às segundas,
para se reunir com Serra. É ela quem coordena a agenda do pré-candidato
e, na ausência de Guerra, assume a coordenação da campanha. A senadora
veio originalmente do PMDB, de onde conserva muitos amigos. E é
atribuída a ela grande parte das alianças nos estados.
Na França, para um encontro sobre meio ambiente, Marisa nega que
tenha recebido um convite formal para integrar a chapa de Serra, mas
diz que "ficaria feliz da vida" se isso acontecesse.
Fonte: Adriana Carranca, Julia Dualibi e Ana Paula Scinocca - O Estado de S.Paulo
Comentários
Postar um comentário