O Ministério Público Federal em Brasília investiga a Dialog Comunicação
e Eventos, de Benedito Neto, empresário que circulava no comitê da
pré-campanha de Dilma Rousseff (PT).
Benedito Neto é apontado como uma espécie de "gerente informal" do
comitê e participou do encontro em que integrantes da campanha de Dilma
trataram de um dossiê contra o tucano José Serra.
O inquérito da Procuradoria, aberto em 2009, apura desvios num
contrato da empresa com o Ministério das Cidades, também investigado
pelo TCU e pela CGU.
A Folha apurou que o TCU constatou superfaturamento de mais
de 1.000% em alguns itens e o chamado "jogo de planilha" nos eventos
feitos pela Dialog.
Em 2007, a Dialog ganhou uma licitação de R$ 8 milhões, chamada ata de registro de preços, feita pelo Ministério das Cidades.
Num registro de preços, outros órgãos podem contratar a empresa sem
licitação para fazer o serviço pelos valores do registro. Assim, a
Dialog multiplicou o valor original: só em 2009 recebeu R$ 42,2
milhões, 2.705 vezes o que recebeu em 2006 (R$ 15,6 mil).
Neste tipo de licitação, as empresas cotam itens por unidade. Nesta
cotação, técnicos do TCU constataram o chamado jogo de planilha. A
empresa cotou por valores muito abaixo do mercado alguns itens. Outros,
com valores muito acima do mercado.
Na hora do evento, o órgão pede a entrega de alguns itens da
planilha. Segundo o relatório, nos eventos investigados a maioria dos
itens pedidos eram os que estavam com preços muito altos.
Um exemplo é a limpeza. A cotação da Dialog foi de R$ 72 por m2: a
limpeza de um espaço de 10 m2 custaria R$ 720. O preço de mercado gira
em torno de R$ 5 por m2.
Procurada, a Dialog não se manifestou.
Fonte: Dimmi Amora - Folha.com
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