Os partidos aliados em torno da pré-candidatura de Dilma Rousseff (PT)
à Presidência patrocinaram uma tensa reunião na noite desta
segunda-feira. Segundo relatos, houve reclamação de falta de apoio do
PT a aliados nos Estados, ameaça de adiamento da convenção nacional do
PMDB por causa da situação em Minas e até cobrança de liberação de
verbas federais para as emendas dos congressistas.
Participaram do encontro, em um hotel de Brasília, o ministro
Alexandre Padilha (Relações Institucionais), o presidente nacional do
PT, José Eduardo Dutra, e representantes do PMDB, PP, PC do B, PDT e
PRB.
O principal assunto foi a divergência entre PT e PMDB para a
montagem da chapa em Minas. Ficou decidido que após ficarem prontas as
pesquisas encomendadas pelas duas legendas, haverá reunião no domingo,
em Minas, para que haja a escolha entre os nomes de Hélio Costa (PMDB)
e Fernando Pimentel (PT).
Caso isso não aconteça, a palavra final será dada pela direção
nacional das duas legendas na segunda-feira, dia 7. Os peemedebistas
afirmam que essa é a data limite e pressionam pelo nome de Costa,
ameaçando inclusive adiar a convenção nacional da legenda que no dia 12
deve oficializar o apoio a Dilma.
Integrantes do PT, entretanto, argumentam que a ameaça é apenas uma
forma de pressão e que não há risco para a aliança. Apesar disso, houve
relatos na reunião de que Pimentel, um dos coordenadores nacionais da
campanha de Dilma, estaria "tensionando" a situação.
O deputado Eunício Oliveira (PMDB-CE), pré-candidato ao Senado,
também abordou a questão do seu Estado e chegou a levantar a voz contra
os petistas, reclamando da manutenção da candidatura de José Pimentel
(PT) ao mesmo posto, situação que ele trabalha para eliminar.
Além das divergências PT-PMDB, houve reclamações generalizadas de
que o governo não estaria liberando recursos para as obras que os
congressistas aliados incluem no Orçamento. Padilha teria dito que a
coalizão é grande e que não dá para controlar tudo de uma tacada só.
Até o nanico PRB reclamou. Seus integrantes disseram que o senador
Marcelo Crivella (PRB-RJ) está sendo abandonado. Ele ficou sem lugar
para disputar a reeleição na chapa do governador Sérgio Cabral (PMDB),
já ocupada por PT e PMDB. A solução estudada é alocá-lo na chapa de
Anthony Garotinho (PR).
No campo das possíveis "boas notícias" para Dilma, o deputado Mario
Negromonte (PP-BA) disse que a legenda deverá apoiar a petista
formalmente, mas isso também foi visto com reservas por petistas e
peemedebistas, que dizem acreditar mais na neutralidade da legenda.
Fonte: RANIER BRAGON - Folha.com
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