Contraponto à estratégia de blindagem da petista será super exposição de Serra
Em contraponto à estratégia petista de poupar a pré-candidata à
Presidência, Dilma Rousseff, de exposição excessiva e só confirmar a
presença dela em debates e eventos com base em cálculo dos dividendos
eleitorais que obterá, os tucanos vão insistir na tese de que o PT
esconde a ex-ministra porque teme a sua fragilidade em embates e
comparações diretas com José Serra (PSDB).
Para os tucanos envolvidos na campanha, a estratégia terá um custo
ao PT pelo fato de Dilma ainda ser bem menos conhecida que Serra no
território nacional. O objetivo central do PT, avaliam os dirigentes do
PSDB, é deixar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ocupe o papel
que deveria ser de Dilma.
"A orientação de todos do PSDB é comparecer não somente em debates e
manter a presença na internet, mas, sobretudo, de estarmos sempre
abertos à informação. E que o Serra esteja exposto todo o tempo",
afirmou o senador Sérgio Guerra (PE), presidente nacional do PSDB.
"Quando o Lula entregar as rédeas do país, vai entregar para quem?
Esconder a candidata não resolve. Com essa estratégia, eles estão
subestimando o Brasil e o eleitor. Ou seja, acham que o Brasil não pode
pensar, que tem que votar na Dilma", criticou Guerra.
Apesar de afirmarem que Serra tentará comparecer ao maior número
possível de debates, tucanos admitem que também farão uma seleção de
prioridades, já que pipocam uma infinidade de pedidos de blogs, rádios
do interior, agências de internet, tvs na web, tvs digitais, entre
outros.
A velocidade da informação e a multiplicidade de veículos de
comunicação, segundo o comando do PSDB, é um dado novo em comparação à
campanha de 2006.
“Serra irá a todos os debates que forem representativos em relação
ao interesse público. Ele tem a participação em debates como tradição.
Faz parte da história dele se expor, expor suas ideias e seus
objetivos”, disse o deputado Jutahy Júnior (PSDB-BA), fiel aliado do
candidato tucano.
“Não existe nenhuma estratégia deliberada para a Dilma não
comparecer aos debates. Ela tem conteúdo e está bem preparada, conhece
melhor que ninguém todos os programas governamentais. Apenas vamos
analisar caso a caso, aguardar a definição de regras”, explicou o
vice-presidente do PT e um dos coordenadores da pré-campanha de Dilma,
Rui Falcão.
Segundo o líder do PSDB na Câmara, João Almeida, "a estratégia do
PSDB é oposta à do PT, porque o partido tem o que falar, tem propostas
a apresentar e capacidade de fazer a comparação com os adversários".
“A Dilma não é o Lula. A gente esconde aquilo que não pode ser
mostrado”, rebateu Almeida.
Fonte: Malu Delgado - O Estado de S.Paulo
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