"Não sai o DEM e nem saio eu", afirma Álvaro Dias


O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) disse ontem durante a convenção estadual do PSDB em Cuiabá, que foi advertido pela direção nacional do PSDB a não mais afirmar que desistiria da indicação a vice na chapa de José Serra em caso de o DEM acenar com um rompimento. 

"Não tenho o direito de abrir mão de uma convocação. Ontem, eu disse que não acreditava que o DEM pudesse deixar a aliança, tanto que podia até afirmar que antes de o DEM sair, eu sairia. O que estou afirmando hoje é que não sai nem o DEM e nem eu. Nós dois ficamos", disse o senador. 

Sobre as críticas de lideranças do DEM à chapa pura tucana, Dias disse considerar que a postura "é do jogo democrático. "É legítimo que o DEM postule a indicação de um nome. Mas certamente a prioridade será a eleição de José Serra." 

Em seu primeiro discurso após ser indicado à vaga de vice na chapa de José Serra à Presidência, Dias contrariou a tendência da campanha tucana e não poupou ataques ao governo Lula. 

Saudado como o "futuro vice-presidente", Dias disse que o governo atual "usa mentiras para esconder suas falcatruas" e desperdiça recursos com "com estruturas desnecessárias, gastadoras e perdulárias". 

"O governo atual cria ministérios, diretorias, secretarias, cargos comissionados e, com isso, gasta bilhões que faltam à saúde pública de qualidade", declarou. 

Para Dias, não "falta dinheiro" ao país. "O dinheiro está sendo desperdiçado, pela incúria administrativa, pela corrupção, pela ausência de prioridades e pela incompetência administrativa." 

O senador reconheceu que o Brasil vive um bom momento econômico, mas disse acreditar que "muito mais poderia ter acontecido". "Tivemos seis anos de prosperidade econômica mundial." 

As bases da estabilidade econômica atual, disse Dias, "foram plantadas pelo PSDB no passado".
Campanha
Em entrevista coletiva concedida pouco após o discurso, Dias disse que já sente "em campanha", mas negou que suas palavras representem uma mudança no discurso adotado até então. 

"Esse sempre foi o tom na minha atuação parlamentar. Agora, é evidente que a campanha tem uma estratégia que deve ser obedecida. Quem vai determinar o meu tom é o José Serra", declarou. 

Fonte: RODRIGO VARGAS - Folha.com

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