Após longa reunião neste domingo (27), o DEM decidiu baixar o tom nos
ataques direcionados aos aliados tucanos. O partido pedirá um encontro
com o candidato ao planalto José Serra (PSDB) para expor o
descontentamento com a decisão do PSDB em sustentar o nome do senador
Alvaro Dias (PSDB) como vice na chapa presidencial. No entanto,
pretende recuperar o diálogo e sinalizar que a aliança está firme,
reforçando que está aberto a conversas sobre a questão.
Líderes do Democratas se reuniram na casa do presidente da sigla, o
deputado pelo Rio de Janeiro Rodrigo Maia, para discutir a decisão do
PSDB. O parlamentar carioca é o porta-voz da ala que reivindica a vaga
de vice e encabeçou a onda de críticas aos aliados.
Segundo um lider do DEM, seu correligionários se mostraram bastante
irritados com a condução dada pelo PSDB à questão. O ex-PFL reivindica
a vaga de vice desde que o ex-governador de Minas Gerais, Aécio Neves.
se negou a ocupar o posto. O anúncio de Alvaro Dias despertou a fúria
dos Democratas. Além de Maia, líderes como o deputado Ronaldo Caiado
engrossaram o teor das críticas, o que, na avaliação de ambos os
partidos, desgastou a imagem da coligação.
A tática do DEM é retomar a elegância e acertar onde o PSDB não
acertou: na condução do processo, afirmou um líder da legenda. Segundo
uma fonte da campanha tucana, Serra está disposto a se reunir com seus
aliados, desde que tenha garantias de que o DEM aceitará a decisão
tucana sem fazer novos ataques, mesmo que o partido seja alijado da
decisão de indicar um vice.
Durante a reunião deste domingo, o descontentamento dos líderes do
Democratas com o PSDB foi geral. No entanto, a ala do DEM que se diz
mais moderada não faz questão da vice e aceita que Serra decida sobre
seu companheiro de chapa. O partido agrega três minutos ao tempo de
televisão do candidato tucano à presidência.
Entre os líderes do DEM, fala-se em riscos de se manter Alvaro Dias,
mas não se fala mais em rompimento com o PSDB, que, segundo um dos
dirigentes que participou desta reunião no domingo, está muito
inflexível. O DEM tentará valorizar o partido diante da opinião pública
e de Serra, demonstrando interesse em reverter a decisão tucana, tida
como irrevogável.
O PSDB ofereceu a vice a Alvaro com a intenção de atrair seu irmão para
a vaga de senador na chapa com o candidato tucano ao governo do Paraná,
o ex-prefeito de Curitiba Beto Richa. Osmar já declarou, mais de uma
vez, que, caso seu irmão seja mesmo o vice, não fará campanha contra
ele, e já sinalizou à direção de seu partido o desejo de se coligar com
os tucanos no Estado.
A crise entre DEM e PSDB foi desencadeada pelo anúncio de que Alvaro
Dias era o nome indicado pela cúpula tucana para ser vice de Serra. O
DEM se sente no direito de ficar com a vaga e não gostou de ter
recebido a notícia pelo Twitter de Roberto Jefferson, presidente do
PTB, que, na última sexta-feira (25), fez uma série de ofensas ao
ex-PFL na sua página do microblog.
Fonte: Marcela Rocha - Terra
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