Na convenção dos tucanos de São Paulo, ex-governador se define como 'soldado de Serra', faz críticas à petista e pede campanha 'sem dossiês'
Alinhados. ‘Serra será nosso comandante’, diz Alckmin, ao lado de Goldman e do presidenciável
Seguindo a estratégia adotada pelo presidenciável tucano José Serra,
que subiu o tom contra o PT no discurso de lançamento da sua
candidatura, o PSDB aproveitou no domingo, 13, o lançamento de Geraldo
Alckmin ao governo de São Paulo para desferir uma nova leva de duros
ataques à sigla adversária.
"Espero que seja uma campanha de bom nível, com propostas,
programas, sem dossiê e sem aloprados", declarou Alckmin, em referência
às denúncias que envolveram as cúpulas das campanhas petistas de 2006 e
2010.
No discurso de lançamento de sua candidatura ao Palácio dos
Bandeirantes, Alckmin afirmou que o Brasil "não pode andar na garupa".
Em clara referência à principal adversária de Serra à Presidência,
Dilma Rousseff (PT), o tucano deu a entender que ela "pegou carona" na
popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que Serra será
eleito "não por ser ajudante, mas titular de suas competências".
"Quem pega carona e vai na garupa não guia, não breca, não acelera,
não conduz", declarou, ao ler o texto preparado para seu discurso, de
25 minutos, em que não deixou margens para improvisos. "José Serra será
nosso comandante", afirmou, colocando-se como "soldado de Serra". Disse
que o Brasil precisa de um presidente "com currículo verdadeiro, com
história política comprovada, com densidade administrativa".
Experiência. Ao lado de Alckmin, Serra dessa vez não citou o PT ou o
governo Lula. Num discurso alinhado com o do candidato a governador,
preferiu reforçar repetidas vezes a "experiência administrativa" de
Alckmin. Embora tenha defendido a "renovação para a população
brasileira" na esfera federal, disse que no âmbito estadual a
continuidade não seria negativa. "Tem continuidade? Tem sim. Mas, não
continuísmo", disse Serra. Segundo ele, a continuidade do governo PSDB
em São Paulo seria "com honestidade e seriedade na administração
financeira".
Apesar de todas as provocações, Alckmin disse, ao mesmo tempo, que
"não tem tempo para bate-boca". "(Os adversários) preferem fazer
intriga, desrespeitar a lei, antecipar a campanha, zombar da Justiça e
das instituições. Mas nós temos pouco tempo para bate-boca, para
responder a ódios e ofensas, para nos preocuparmos com inferências
tolas e chavões marqueteiros", alfinetou.
Para Alckmin, as eleições deste ano estão "melhores" para os tucanos
do que em 2006, porque Lula não é candidato. Ele fez questão de
reforçar: "Lula não é candidato, está certo? Ele não está na campanha
este ano."
Alckmin terá como vice o secretário Guilherme Afif Domingos (DEM).
Para o Senado, contará com o ex-governador Orestes Quércia (PMDB) e o
ex-chefe da Casa Civil de Serra, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB). A
convenção custou, pelas contas do PSDB, R$ 180 mil, gastos na montagem
da estrutura no estacionamento da Assembleia Legislativa.
Fonte: Adriana Carranca e Roberto Almeida - O Estado de S.Paulo
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