Nome para compor chapa encabeçada por Serra deve ser definido apenas no final do prazo para o registro da candidatura
A
aposta geral dos tucanos que participaram ontem da convenção é que a
definição do vice do candidato José Serra ficará mesmo para a última
hora, quando se encerrar o prazo fatal para o registro da candidatura.
Até por falta de alternativa, o vice considerado mais provável hoje é o
presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE).
Com um leque estreito de opções para fechar a dobradinha da
oposição, Serra ainda articula em favor de um vice que facilite a
composição de palanques nos Estados. É nessa linha que o nome do
senador Álvaro Dias (PSDB-PR) ainda é citado como forte alternativa na
mesa de negociação.
Com Álvaro na vaga de vice, apostam os tucanos, o PSDB garante a
adesão do irmão dele, o também senador Osmar Dias (PDT). O objetivo,
nesse caso, é "provocar um estrago" na base de apoio do PT, em um
Estado com 7,5 milhões de eleitores.
Tempo de TV. A ideia de aproveitar o vice para fortalecer o palanque
eletrônico, ampliando o tempo de televisão no programa eleitoral
gratuito, fica a cada dia mais remota. A opção, nesse caso, seria o PP
do senador Francisco Dornelles (RJ), primeira alternativa pensada
depois da recusa pública do ex-governador de Minas Gerais, Aécio Neves.
Depois disso, surgiram dois complicadores. O PT passou a investir
pesado nas lideranças pepistas, com objetivo de criar um fato novo na
campanha presidencial que abra a possibilidade de vitória em primeiro
turno da candidata petista Dilma Rousseff. Um importante líder do
partido que participa das negociações com o PT revela que a conversa
avançou e que o PP está mais próximo de Dilma hoje. Ele avalia que o
partido já percorreu "65% do trajeto" nessa direção.
Além disso, veio o inconveniente criado pelo próprio Dornelles,
quando mudou a redação do projeto Ficha Limpa, adiando o veto a
candidatos condenados pela Justiça. Tucanos mais experientes avaliam
agora que seria um risco pôr Dornelles na vice de Serra, o que
carimbaria a chapa tucana como ficha suja. O PSDB se dará por
satisfeito se Dornelles conseguir "segurar" o partido em posição de
neutralidade.
Estresse. A despeito do clima festivo da convenção, dirigentes
tucanos identificam um "certo estresse" na relação com o DEM. Líderes
do partido aliado reclamam que Serra está muito fechado e já começam a
reagir à imposição "goela abaixo" de um vice "da cabeça do candidato".
A opção mais forte do DEM - única ainda considerada viável - é o
deputado José Carlos Aleluia (BA), que já recomendou aos
correligionários silêncio absoluto sobre o assunto, para não azedar a
boa relação que tem com Serra. Mas a regional baiana entrou em atrito
com o PSDB nacional, pois queria somar à festa tucana de Serra a
convenção estadual para definir a candidatura do ex-governador Paulo
Souto (DEM). A direção tucana, porém, vetou a convenção conjunta,
argumentando a inconveniência política de misturar assuntos.
Fonte: O Estado de S.Paulo
Comentários
Postar um comentário