O governo convocou os ministros das principais pastas para mobilizar as
equipes a levantar informações e números inéditos para municiar a
candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. Além disso, ela terá
"aulas" com auxiliares de Lula.
O chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, disse que a
estratégia é que os ministros passem à candidata números dos quais "nem
o governo tem ciência".
A preocupação é que Dilma esteja mais preparada para valorizar ações
de Lula em comparação com o governo tucano nos debates que terá com o
tucano José Serra.
Os encontros com ministros começaram a ser definidos anteontem em almoço de Dilma com Carvalho.
"Vamos organizar uma conversa dela com ministros porque tem muitas
coisas extraordinárias do governo que são realizadas pelos ministérios
que nem o próprio governo tem ciência", afirmou o chefe de gabinete de
Lula.
"É importante organizar agora um rol de conversas dos ministros com
ela para que ela possa se apropriar desses elementos e utilizar na
campanha", completou.
Falando em tese, o ex-ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral)
Torquato Jardim disse que a "tabela" entre governo e candidata pode
configurar crime eleitoral.
"A irregularidade pode existir se algum servidor público for
utilizado no horário de trabalho para levantar qualquer informação que
seja para um candidato", disse.
"Essa é mais uma demonstração de que o PT usa a máquina para fabricar a candidata", disse o líder do DEM, José Agripino (RN).
"Agora, é estranho que ela precise de assessoria porque estava no
governo até abril e se apresenta como a candidata do governo Lula e uma
das principais responsáveis pelas ações", afirmou.
Confronto direto
Até agora, Dilma e Serra não se enfrentaram diretamente em debates.
A petista e o tucano participaram separadamente de sabatinas a
prefeitos e empresários.
No começo do mês, por causa de uma viagem pela Europa, Dilma desmarcou a sabatina da Folha.
A consulta aos ministros também visa evitar constrangimentos para Dilma, que ao longo da pré-campanha apresentou dados errados.
Reportagem da Folha publicada em maio revelou que Dilma
usou em pelo menos três entrevistas um número não oficial para comparar
ações da Polícia Federal nos dois governos.
Em outra ocasião, ela errou o número do aumento da venda de computadores graças ao Computador para Todos, do governo federal.
Fonte: MÁRCIO FALCÃO - Folha.com
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