Deputada do PSDB diz que povo está cansado de governos direcionados a partidos
A deputada estadual Maria Lúcia Amary, ex-líder do PSDB na
Assembleia Legislativa, diz que Alckmin saberá como agir para não
deixar a euforia prejudicar a campanha e que o longo tempo do PSDB no
poder não vai deixar o tucano sem discurso.
Segundo ela, que promete fazer campanha por Alckmin pelo interior do
Estado, o tucano tem a vantagem de sua campanha ser “apartidária” e
alcançar apoiadores mesmo em partidos que não fazem parte da aliança
original – formada, até agora, por PSDB, PMDB, DEM, PHS, PSC e PPS.
Veja entrevista completa do R7 com a deputada:
R7 - O Alckmin começa a disputa com boa vantagem de acordo
com pesquisas eleitorais, há alguma orientação no partido para evitar o
clima de já ganhou?
Maria Lúcia Amary - O clima é bastante animador,
não só por causa das pesquisas, mas porque o Alckmin já foi governador
por duas vezes e a militância vai com muito mais força para as ruas
porque sabe que é uma candidatura que está bem alavancada. A gente
vibra mais, fica mais animada. E o Alckmin é um homem extremamente
cauteloso e tem uma postura bem humilde em relação a isso.
R7 – O fato de o PSDB já estar há 16 anos no poder em São
Paulo prejudica o discurso de campanha do Alckmin? Como fazer novas
promessas se já teve tanto tempo para resolver os problemas?
Maria Lúcia - Não, é extremamente positivo que as
urnas até hoje tenham referendado a boa avaliação do governo de São
Paulo. Isso sinaliza que o governo do PSDB está caminhando no rumo
certo. E o governo do Serra trabalhou para todos os partidos, mostrou
uma prática democrática, que não é sectário. O brasileiro, o povo
paulista, está um pouco cansado de ver essa coisa direcionada.
R7- O Alckmin tem sua base eleitoral e é mais conhecido no interior do Estado. Como transformar essa popularidade em votos?
Maria Lúcia - Essa campanha deve confirmar o bom
desempenho dos candidatos na nossa região, que é Sorocaba. Nessas
caminhadas temos visto que a candidatura do Alckmin motiva prefeitos
que nem são do nosso partido, mas estão voltados para essa candidatura.
Vejo como uma candidatura que ultrapassa a questão partidária, que está
alinhada com o que o povo espera de um estadista, de um governante. Eu
vejo a população mais atenta a essa questão da amplitude do governo. O
governo do PT, do presidente Lula, tem trabalhado muito para o partido
e povo tem uma forte rejeição a esse tipo de postura política.
R7 - Onde a senhora acredita que o Alckmin possa encontrar
dificuldades nessa campanha? Na região do ABC, por exemplo, berço do PT?
Maria Lúcia - Eu não tenho a informação das ultimas
pesquisas por região, mas temos uma bancada [de deputados estaduais]
muito forte em quase todas as regiões e acredito que essa configuração
vai fazer uma diferença muito grande.
R7 - A Assembleia paulista foi criticada por aceitar
passivamente o que o Serra determinava, como a senhora vê essas
críticas e como evitá-las?
Maria Lúcia - Não concordo com essa alegação porque
a grande maioria dos projetos que vieram do Executivo, não sei dizer
exatamente quantos, tiveram contribuições na Assembleia, negociadas com
a bancada da oposição. Particularmente, vejo que a independência dos
poderes foi respeitada, trabalhamos em harmonia. Não vi submissão, a
oposição teve seu espaço.
Fonte: Thiago Faria - R7
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