A
redução das drogas em centros urbanos como Rio de Janeiro e São Paulo
tem solução se o governo brasileiro "ocupar a fronteira" com a Bolívia
e se a gestão Lula fizer "pressão ao governo boliviano", afirmou o
pré-candidato à Presidência pelo PSDB, José Serra.
Ele participou no sábado do lançamento da candidatura do ex-prefeito de Cuiabá, Wilson Santos, ao governo de Mato Grosso.
"O governo boliviano é cúmplice da exportação de droga para o
Brasil. O Brasil tem que fiscalizar sua fronteira, usar o Sivam. Tem
que pressionar o outro governo para parar a cocaína dentro do seu
território", criticou. Ele também disse que a Força Nacional de
Segurança precisa "existir".
"Acho impossível o governo boliviano não saber disso e não ser
conivente", acrescentou, sobre 90 por cento da cocaína consumida no
Brasil virem da Bolívia.
A crítica de Serra foi feita a 315 quilômetros do país, com o qual Mato Grosso faz divisa.
Na semana passada, Serra já havia afirmado que o governo boliviano fazia "corpo mole" sobre a cocaína que chega ao Brasil.
Antes da fala de Serra no encontro, o pré-candidato ao governo
Wilson Santos relatou ter visitado recentemente a capital econômica da
Bolívia, Santa Cruz de la Sierra, e ter ficado "estarrecido", pois há
no país "uma associação de carros roubados do Brasil e da Argentina".
"O Congresso nacionaliza e regulariza o automóvel em território
boliviano. Eles roubam e legalizam carro com apoio do governo da
Bolívia e o Congresso".
O ex-governador de São Paulo acrescentou ser legítima a ação
brasileira, "sem interferência nos negócios internos da Bolívia", pois
o governo do presidente Evo Morales é considerado amigo do governo
Lula.
Ele criticou a falta de ação do governo brasileiro no combate ao
tráfico de armas, pois "do Paraguai, entram no Brasil 12 bilhões de
reais" por ano.
O tucano citou como exemplo um caso em que o Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financia a construção de
estrada dentro da Bolívia e que facilita o deslocamento da cocaína. Ele
sugeriu que houvesse uma cláusula no financiamento para que o governo
boliviano fizesse "internamente combate à produção e tráfico de coca".
Serra comentou ainda que a escolha de vice para sua chapa não o angustia e que "há muito barulho por nada na imprensa".
SAÚDE E INFRAESTRUTURA
Na passagem por Cuiabá, Serra detalhou seu plano de governo para a
saúde, ao destacar que se eleito fará distribuição nas casas dos
pacientes de remédios cedidos gratuitamente pelo SUS, para casos "de
hipertensos, com diabetes e doenças crônicas".
Ele disse que, quando ministro da Saúde no governo Fernando Henrique
Cardoso, os recursos em quatro a cinco anos para esse tipo de
medicamento somou, a preços atuais, 6 bilhões de reais e que pretende
"elevar isso para 10 bilhões no próximo quadriênio".
O pré-candidato à Presidência do PSDB também fez discurso em
sintonia com os desejos de produtores rurais de Mato Grosso, ao
mencionar a importância de se investir em obras de infraestrutura,
hidrovias e ferrovias.
Comentários
Postar um comentário