Em visita nesta segunda-feira a Juazeiro do Norte (a 585 km de
Fortaleza), no Ceará, o pré-candidato tucano à Presidência, José Serra,
pediu ajuda a padre Cícero para ganhar a eleição.
"Fiz três pedidos", disse Serra. "Primeiro, que essa região possa
progredir muito mais do que já progrediu. Melhorou, mas que possa
progredir ainda mais do ponto de vista econômico, do emprego e do
social. Segundo, pelos meus netos. Terceiro, pela eleição. Que todos
ganhemos", afirmou.
Seguindo um costume local, Serra passou três vezes por baixo da mão
da estátua do religioso, entre a bengala e a batina. Diz a tradição
que, quando uma pessoa consegue passar três vezes, ela tem a salvação
da alma.
Serra descreveu padre Cícero - religioso que se estabeleceu em
Juazeiro do Norte em 1872 - como "um homem avançado", pelo preocupação
com o ambiente e por diversificar a atividade econômica, trazer
indústrias e construir assentamentos. "E, acima de tudo, um homem
considerado um guia espiritual de todos nós, muito especialmente desta
região e do Nordeste."
Ele falou também sobre o apoio de Tasso Jereissati, que descreveu
como crucial, e da possibilidade de transferência de votos de Ciro
Gomes (PSB) para ele. "Espero o voto dos cearenses e aqui vamos
trabalhar com o nosso partido e com os nossos aliados, aqui
capitaneados pelo Tasso Jereissati."
O ex-governador de São Paulo foi recebido com fogos, gritos e bandas de música.
Serra visitou também o Hospital Maternidade São Vicente de Paulo, em
Barbalha, onde recebeu uma comenda pelos serviços prestados ao setor de
oncologia do hospital quando era ministro da Saúde.
O ex-governador elogiou ainda a criação da ferrovia Transnordestina, mas aproveitou para alfinetar o governo Lula.
"É uma coisa extraordinária. Só foi tocada no final desse governo.
Mas, mesmo assim, não se gastou 1%, 2%, 3% daquilo que está
orçamentado. Ou seja, é uma obra que está por se fazer." Questionado se
daria continuidade às obras do governo Lula, respondeu que, "no caso da
Transnordetina, não é nem dar continuidade, é fazer".
O tucano não quis comentar a pesquisa CNT/Sensus nem o acordo
anunciado ontem pelo Irã porque disse que não havia lido "os despachos
da tarde".
Fonte: Paola Vasconcelos - Folha Online
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