PTB nega Frank Aguiar com Mercadante e diz que apoia Alckmin

Mesmo deixado de lado na possibilidade de coligação com o PSDB paulista, o PTB de São Paulo afirma que a legenda irá apoiar o pré-candidato Geraldo Alckmin ao governo do Estado no pleito de outubro. Como o PSDB já fechou a sua chapa ao Senado com Aloysio Nunes Ferreira e Orestes Quércia (PMDB), essa decisão fará com que a candidatura petebista mais visível no Estado, do senador Romeu Tuma, acabe acontecendo de forma isolada.
Nas últimas semanas, houve uma aproximação do PT de Aloizio Mercadante e do PP de Celso Russomano para atrair o PTB para as suas coligações. Sozinho, o PTB deverá ter em São Paulo entre 60 e 90s de tempo na TV. Machado, porém, joga água fria nas conversas.
"Posso dizer que tenho três certezas. Que o PSDB de São Paulo vai apoiar a candidatura do Geraldo Alckmin, que a candidatura de Tuma pelo partido é irreversível e que o partido em São Paulo vai trabalhar pelo apoio à candidatura de José Serra para a presidência da República", afirma Campos Machado.
"Estamos abertos a conversar com outras legendas, mas não queremos ser tratados como regra três. Temos um partido organizado no Estado e em condições de tocar bem a nossa campanha".
O PT se aproximou do PTB no último sábado, durante a festa da CUT (Central Única dos Trabalhadores), em São Bernardo do Campo. No município, os dois partidos são aliados desde 2008, quando o petista Luiz Marinho se elegeu em uma chapa com o petebista Frank Aguiar.
O presidente do PT paulista, Edinho Silva, confirma a conversa, e afirma que mantém as portas abertas para um eventual acordo. "Conversamos com o Frank Aguiar no último sábado e reafirmamos que ainda não fechamos a chapa. Ele tem feito um bom trabalho em São Bernardo e poderia, em uma eventual coligação, ficar com a vaga de vice do Mercadante".
Edinho lembra porém, que conversas nesse mesmo sentido estão feitas com outros partidos. O PT busca ainda uma aliança com o PSB, de Paulo Skaf, e com o PCdoB, que poderá indicar o vereador Netinho de Paula para compor a chapa do Senado ao lado da petista Marta Suplicy.
"Do jeito que está hoje, a maior probabilidade é a de que o PDT indique o vice de Mercadante. Nossas conversas com o PSB e o PCdoB estão mais concentradas na questão do Senado", afirma Edinho.
Campos Machado, que foi candidato a vice-prefeito na chapa de Geraldo Alckmin em 2008, lamenta a opção do PSDB de ter o ex-governador Orestes Quércia (PMDB) como segundo nome ao Senado.
"O PTB apoiou a candidatura de Geraldo Alckmin à prefeitura, mas eles preferiram dar a vaga ao PMDB que ficou ao lado de Gilberto Kassab (DEM). Isso é uma coisa surrealista", afirma.
Machado afirma que Tuma não terá problemas e que utilizará praticamente todo o tempo do PTB na televisão. "Vamos centrar nossa campanha nele, que é uma pessoa respeitada e fez um trabalho muito bom no Senado. As chances dele se reeleger são grandes".
Apesar do discurso de Machado, a bancada paulista do PTB em Brasília se mostra preocupada com o pouco espaço que o partido vai ter na TV. Nesta semana, cogitou-se até o lançamento da candidatura de Tuma ao governo paulista para que a exposição dos candidatos do partido à Câmara seja maior. Os deputado temem que a bancada de cinco deputados possa sofrer uma queda na próxima legislatura.
Com todo esse cenário, Tuma se diz tranquilo. "Não tenho dúvidas que posso fazer uma boa campanha e brigar forte por mais um mandato. Meu trabalho em Brasília é reconhecido até por eleitores de outros partidos".

Fonte: Vagner Magalhães - Terra 

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