PT critica mas também privatiza, diz Serra



"O PT se especializou em falar contra concessão de estradas, o que eles também fazem", disse o pré-candidato do PSDB à presidência da República, José Serra. Em entrevista à Rádio Gaúcha, o tucano reiterou que o governo Lula não interrompeu as privatizações: "poderia ter voltado atrás com o pé nas costas". Afinal, segundo o presidenciável, os fundos nacionais são controlados pelo PT.
"Eu posso ser acusado de muitas coisas, menos de ser desonesto e privatizante", disse o tucano, para depois negar que evite debater sobre o tema. No entanto, ele destacou que o setor privado é o que gera emprego. "E a minha política está voltada para o emprego", explicou. "O resto é conversa eleitoral", rebateu, em referência às acusações feitas pelos petistas de que ele privatizaria bancos públicos.
Sobre o Mensalão do DEM, o tucano afirmou que o partido aliado agiu corretamente, diferentemente do caso petista em que os membros permaneceram na agremiação. No caso de Minas Gerais, antes governado por Eduardo Azeredo (PSDB), negou que houve mensalão e, segundo o pré-candidato, o problema da corrupção no Brasil é a falta de punição.

Aposentados
Serra disse confiar no presidente Lula e garantiu que acatará a decisão do governo sobre o reajuste das aposentadorias. Ressaltou ainda que o governo detém os instrumentos necessários para avaliar os impactos das mudanças. "Lula é um homem que acompanha as coisas (...) vou apoiar o que decidirem, eles têm os instrumentos para saber e decidir".
"Tem que fazer uma análise detida da questão do impacto", ponderou. "A questão de aposentados no Brasil ficou para trás", disse o pré-candidato, para depois exemplificar que há aposentados em sua família, o que o gabaritaria para afirmar que "tem que permitir uma condição de vida mais digna". O tucano deixou escapar ainda que não estaria "nessa situação se tivesse sido votada a reforma previdenciária, que não foi". Questionado se ele daria sequência à reforma, Serra disse que já tinha respondido.
Se eleito, o paulista promete ser o "presidente da produtividade". No Rio Grande do Sul desde terça-feira (4), o tucano ainda defendeu que dará "atenção especial" à agricultura no Estado. "O Rio Grande tem sub investimento federal", disse.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizou nesta quarta-feira, durante cerimônia no Itamaraty, em Brasília, que vetará o reajuste de 7,7% concedido aos aposentados pela Câmara dos Deputados. O governo já havia concedido, no início do ano, reajuste de 6,14% e negociava um aumento de até 7%, mas a proposta da base aliada do governo foi derrotada na Câmara. 

Comentários