Julia Duailibi - O Estado de S.Paulo
O PSDB montou núcleos de discussão para o esboço do programa de
governo do pré-candidato do partido à Presidência da República, José
Serra, e definiu que a proposta agregará contribuições de subgrupos
regionais e de fóruns de debate na internet. A meta no partido é que
até 100 mil pessoas colaborem, por meio da rede, com o projeto, que
será formatado até agosto. A área técnica do programa está composta por
quadros que integraram a administração Serra em São Paulo e as duas
gestões na Presidência de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
Foram escolhidos 40 temas para discussão em todos os Estados. Cada
um dos eixos temáticos será debatido por, pelo menos, um colaborador ou
técnico indicado pelos três principais partidos que compõem a aliança
nacional: PSDB, DEM e PPS. Se o mecanismo de fato funcionar, serão mais
de 3 mil pessoas envolvidas diretamente na elaboração da proposta -
mas, mesmo internamente, estima-se que a contribuição seja menor, de
até 500 colaboradores.
É a primeira vez que o partido tenta compilar colaborações para um
programa nacional usando a rede de forma sistemática. O objetivo é
agregar demandas regionais e dar um caráter nacional à discussão - há
reclamações de que as decisões estão concentradas em São Paulo, onde
está grande parte dos colaboradores e técnicos ligados a Serra.
Com o formato "interativo" do programa de governo, o PSDB diz que
pretende também "ampliar as fronteiras do partido", de acordo com
definição de um coordenador da campanha. Há ainda ceticismo em relação
à eficácia que as colaborações feitas na rede poderão ter para o
programa de governo final.
No entanto, para integrantes do partido a função mais importante do
debate programático na rede é a de mobilização da militância e dos
simpatizantes com a candidatura Serra. Esse mecanismo de participação,
também usado pelo PT, foi explorado pela campanha e, depois, pelo
governo de Barack Obama nos Estados Unidos - embora o contexto e os
públicos sejam diferentes, lembram tucanos. As informações são do
jornal O Estado de S. Paulo.
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