Análise: Christiane Samarco
Não
bastasse um presidente da República com popularidade recorde como cabo
eleitoral, a pré-candidata petista Dilma Rousseff ainda tem um vice
peemedebista, Michel Temer, que lhe renderá mais de cinco minutos
diários de propaganda no rádio e na televisão durante os 45 dias de
campanha eletrônica.
Sem Lula e sem opção partidária para engordar o tempo de rádio e TV,
o pré-candidato tucano José Serra conta com um fato político especial
para dar impulso à campanha do PSDB: o ex-governador mineiro Aécio
Neves na chapa presidencial.
Mesmo sem o peso de presidir um PMDB e fora do governo de Minas,
Aécio representa bem mais do que o posto que lhe querem dar na chapa
puro-sangue do PSDB ao Palácio do Planalto.
Ele é fato político nacional, capaz de produzir impacto no quadro
sucessório e de criar um contraponto à força popular do presidente, sem
confrontar com Lula. Afinal, o ex-governador mineiro nunca fez oposição
ao presidente petista.
Aécio é a voz de um líder mineiro, o único que desfruta de
popularidade comparável à do próprio Lula no segundo maior colégio
eleitoral do País. Aécio sempre se apresentou aos mineiros como uma voz
"amiga" de Lula no Estado.
Também foi ele quem primeiro - e bem antes do período eleitoral -
encampou o discurso das diferenças do "modo tucano de governar" com o
petismo de Dilma.
Ao mesmo tempo que pregava a continuidade do que havia começado no
governo tucano de Fernando Henrique Cardoso, destacava o valor da boa
gestão fundamentada no mérito, enquanto o petismo aparelhava o Estado,
alojando companheiros.
Fonte: O Estado de S.Paulo
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