Um dia após o PT ter apresentado programa em cadeia de rádio e TV,
considerado pela oposição mais um episódio de "grave desrespeito à Lei
Eleitoral", o PSDB tinha dúvidas se recorreria novamente ao Tribunal
Superior Eleitoral (TSE). Já o aliado DEM decidiu não ingressar com
recurso junto à Justiça Eleitoral, considerando que a campanha entrou
em nova fase. Pela legislação, a propaganda eleitoral em rádio e TV só
é autorizada a partir de 17 de agosto.
Anteontem, por decisão do TSE - que ocorreu após exibição da
propaganda do PT na TV, a legenda perdeu direito de transmitir o
programa partidário no primeiro semestre de 2011 e terá de pagar multa
de R$ 20 mil. Dilma recebeu multa de R$ 5 mil. As punições por campanha
antecipada se referem ao programa que foi ao ar em dezembro, e não ao
de quinta-feira, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comparou
a trajetória de Dilma à do líder sul-africano Nelson Mandela, que lutou
contra o apartheid. A oposição tentou impedir a veiculação da
propaganda, em rede nacional, mas o pedido não foi julgado a tempo pelo
TSE.
O presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), disse não ser o
caso de recorrer. "O DEM não vai entrar na Justiça Eleitoral. Estamos
em outro momento da campanha. É diferente da ocasião anterior quando a
Dilma era ministra", afirmou. A negativa do DEM e a dúvida do PSDB
foram encaradas, nos bastidores, como sinal de que os dois partidos
poderão usar em seus programas partidário a estratégia petista. O DEM
tem espaço garantido em cadeia nacional no próximo dia 27. Já o PSDB
exibirá seu programa em 17 de junho, depois de sua convenção
partidária, em 12 de junho.
O advogado do PSDB, Ricardo Penteado, criticou a postura do
presidente e da sua candidata. "A essa altura, esse dano, acho
irreparável", anotou. "Mas vamos estudar medidas. Não sei se é o caso
de ingressar (na Justiça Eleitoral)." Secretário de comunicação do PT,
o deputado André Vargas (PR) disse que as críticas ao programa do
partido fazem parte da "tática deles (oposição) de tirar o presidente
Lula da eleição". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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