Desafiando a legislação eleitoral, o presidente Lula e a
pré-candidata petista, Dilma Rousseff, aproveitaram o último programa
em cadeia nacional de rádio e TV do PT neste semestre para fazer
campanha eleitoral, com constante comparação com o governo de Fernando
Henrique Cardoso e o pré-candidato tucano José Serra, e pregando a
necessidade da continuidade do projeto de poder do PT. Em tom
profético, Lula aparece dizendo que, quando viu Dilma pela primeira
vez, soube que ela teria um papel muito importante para seu governo e
para o Brasil, chegando a fazer um paralelo com a história do ativista
e ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela. Lula disse que grande
parte do sucesso do seu governo é creditado à atuação decisiva de
Dilma.
Os dois foram as estrelas do programa, e mais três
ministros aparecendo para fazer declarações de elogios a Dilma. A parte
mais sensível da biografia da ex-ministra, a da luta armada, foi
amenizada com declarações sobre sua luta pela democracia. Lula
ressaltou a mineiridade de Dilma.
Lula: "Dilma foi simplesmente exuberante"
O programa começa com Lula dizendo que sempre perguntam porque admira tanto a aliada. Ela aparece em seguida dizendo:
- Se o fato de ser mulher faz diferença? Eu acho que faz uma grande diferença - diz Dilma.
- A prova definitiva foi quando chamei Dilma para a Casa
Civil. Ela foi simplesmente exuberante na coordenação do governo -
disse Lula, ao falar de quando teve certeza que Dilma mudaria a
História do Brasil.
Um locutor conta a história da pré-candidata, ressaltando os motivos que a levaram para a luta armada, em Minas Gerais.
- Eu lutei sim, pela liberdade, pela democracia, contra a
ditadura, do primeiro ao último dia, com os meios e as concepções que
eu tinha naquela época. Muita gente foi presa, outros se exilaram,
outros morreram. Quando o Brasil mudou, também mudei, mas nunca, nunca
mesmo, mudei de lado.
Nesse ponto Lula entra comparando a história de Dilma com a de Mandela.
- Um dia o Mandela me disse que foi para o conflito
porque não lhe deram outra saída. Depois ele virou um dos maiores
símbolos da paz e da união no Mundo - disse Lula, para mostrar que, se
Dilma foi dura no passado, pode repetir a historia de Mandela.
Poucos minutos depois da exibição do programa na TV, o ministro
Aldir Passarinho, do TSE, aceitou uma ação do PSDB contra programa de
dez minutos do PT exibido no ano passado. Até as 22h da noite desta
quinta-feira, mais três ministros já tinham concordado com ele, o que
significa a maioria dos sete ministros. Decisão semelhante pode ser
adotada em relação ao programa de a noite desta quinta-feira, que foi
na mesma linha das inserções.
"Lula mostrou hoje (nesta quinta-feira) que para tentar
salvar Dilma ele está disposto a rasgar as leis e a Constituição. O TSE
deve tomar medidas enérgicas contra atitudes chavistas de Lula e
Dilma", comentou, em seguida, Ronaldo Caiado (DEM-GO), no Twitter.
Já Dutra, também no Twitter, disse que recebeu 17 telefonemas e muitos torpedos elogiando o programa.
Fonte: Maria Lima - O Globo
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