“Noivado” entre Dilma e Temer enfrenta resistências em dez estados



Nem tudo vai bem no festejado noivado entre a pré-candidata petistas Dilma Rousseff e seu potencial vice, Michel Temer. O PMDB governista vem seguindo à risca o ritual de aproximação desenhado em reuniões reservadas,  com a devida cautela de não ferir estatutos partidários e “passar o rodo” com eficiência na oposição interna  a Temer. Mas tudo isso não significa pacificar a aliança entre pemedebistas e petistas nos estados.
Em pelo menos dez unidades da federação a situação é crítica. Na maioria deles, as perspectivas de solução pacífica estão praticamente descartadas. Nestes casos, o esforço será para que Dilma tenha dois palanques – o que tampouco é solução confortável.
Por ordem de grandeza, o tamanho da encrenca preocupa nos seguintes estados:

BAHIA – Está no topo do hanking pelo seu potencial explosivo. No estado, dois ex-ministros de Lula se batem pela preferência na foto e no palanque, ao lado de Dilma: o governador petista Jacques Wagner e o pemedebista Geddel Vieira Lima. O caso é grave. Geddel está em franca desvantagem, já que não ultrapassa  10% das intenções de voto. Mas tem poder de fogo junto à cúpula do PMDB, à qual tem garantido que vai vencer a eleição. Wagner é o favorito, além de amigo próximo de Lula. Mas desagradar Geddel pode levar a resultados amargos para a aliança federal PT-PMDB, com chance até de o ex-ministro da Integração bandear para o apoio a Serra.

MINAS GERAIS –  É a segunda  maior da encrenca.  O estado tem o segundo maior colégio eleitoral do país e poder de decidir a eleição. Hélio Costa, do PMDB, tem a preferência de Lula, que tentará enquadrar o PT de José Pimentel, um dos coordenadores da campanha de Dilma. O enquadramento não se dará sem seqüelas…

RIO GRANDE DO SUL – É dos quadros mais interessantes destas eleições. Tarso Genro, do PT, tem a dianteira, mas o pemedebista José Fogaça é competitivo. Para complicar, a governadora Ieda Crusius vem experimentando curiosa recuperação na aprovação dos gaúchos, que podem surpreender na hora do voto.

MARANHÃO – Ali o caldo pode engrossar para a aliança federal. É provável que o presidente Lula interfira para enquadrar o PT e acalmar o clã dos Sarney. A briga representa risco evidente, já que Roseana Sarney é candidata à reeleição, mas vem enfrentando o PT que, em aliança com o PCdoB, pretende lançar o deputado federal Flávio Dino.

PARÁ – Briga boa entre a governadora petista Ana Júlia Carepa e o deputado federal Jáder Barbalho – um quase banido da política que pretende o resgate da própria imagem pela via do voto estadual. Até outro dia os dois estavam rompidos, o que inviabilizava a hipótese de Jáder sair candidato ao senado na chapa da governadora. A encrenca segue sem solução.

ACRE – Apesar de ser um estado “periférico”, como classificam os próprios políticos, tem sua simbologia para o PT, antigo partido de Marina Silva, favorita entre os acreanos. Lá o senador Tião Viana está em guerra com o pemedebista Rodrigo Pinto.

Fonte:  Blog da Christina Lemos - R7

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