Para o ex-presidente do Banco Central, País precisa melhorar a situação fiscal para sustentar um crescimento mais ambicioso

Em entrevista ao site Economia & Negócios,
Fraga afirmou que o recente pacote de socorro de 750 bilhões de euros
anunciado para conter a crise europeia não garante que o pior para a
região já tenha passado. "O paciente não está curado, o que se fez foi
comprar tempo." No entanto, ele não acredita numa derrocada do Euro.
Fraga ressaltou que a maioria dos países europeus e o Japão
apresentam um quadro "muito preocupante", composto por acentuados
déficits públicos e uma situação demográfica desfavorável, com o
envelhecimento da população.
Como contraponto à perspectiva negativa que paira sobre potências
tradicionais da economia mundial, ele ressalta o fortalecimento dos
países emergentes, como a China, Índia e Brasil. No caso brasileiro, no
entanto, Fraga alerta que a deterioração da situação fiscal, as
deficiências na infraestrutural e no sistema educacional, além da baixa
taxa de investimento, podem se transformar gradualmente em entraves
sérios para o desenvolvimento do país. "Não estamos preparados para
crescer 6%, 7% ao ano, o que seria desejável".
Na entrevista, Fraga não descarta a possibilidade de voltar a ocupar
um cargo oficial num futuro governo, embora ressalte que sua prioridade
no curto e médio prazo é seu trabalho à frente da Gávea Investimentos.
Ele também não vê com preocupação a falta, até o momento, de clareza
nas propostas econômicas dos dois principais pré-candidatos à
Presidência, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB). "Eles vão
gradualmente afinar seus discursos", diz.
Na área de negócios, Fraga vê o setor imobiliário como um dos mais
promissores no mercado brasileiro - a Gávea Investimentos acaba de
adquirir uma participação de 14,5% da Odebrecht Realizações
Imobiliárias.
Fonte: João Caminoto - Estadão.com.br
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