Governo infla dados e erra mapa em anúncio



A pressa para divulgar ações em ano eleitoral levou o governo a inflar estatísticas e tropeçar na geografia, em campanha publicitária de R$ 60 milhões paga pela Secom (Secretaria de Comunicação Social) da Presidência da República, informa reportagem de Bernardo Mello Franco, publicada na edição deste sábado da Folha.
Segundo a reportagem, a propaganda oficial atribui ao governo Lula a inauguração de escolas técnicas federais criadas muito antes da posse do presidente, em 2003. Além disso, usa mapas com indicações trocadas -no do Estado de São Paulo, por exemplo, há cidades indicadas a cerca de 400 quilômetros do local correto.
Os erros estão espalhados em anúncios de meia página publicados na quinta-feira (6) nos principais jornais do país, inclusive na Folha. As peças foram regionalizadas para divulgar obras em cada um dos 26 Estados e no Distrito Federal.
O anúncio publicado nos jornais de Brasília, por exemplo, traz um mapa com cinco unidades assinaladas. Quatro não existem e uma foi inaugurada em 1958, pelo então presidente Juscelino Kubitschek.
Além de inflar dados, os mapas erram a localização de cidades e confundem bairros com municípios. No de São Paulo, Campinas virou um pontinho no norte do Estado. No mapa do Rio, bairros como Realengo foram sinalizados com o padrão gráfico de cidades.
 
Outro lado
A Secom (Secretaria de Comunicação Social) da Presidência admitiu "erros de localização" no mapa de São Paulo e informou que fará as correções "na próxima publicação".
Sobre o anúncio de escolas técnicas abertas em governos anteriores, disse que a rede de educação profissionalizante "não é composta apenas das instalações físicas".
Confrontada com o exemplo da unidade de Planaltina (DF), a Secom admitiu que ela não foi inaugurada por Lula. No entanto, alegou que a escola funcionava "em situação precária". 


Editoria de Arte/Folha Imagem

Fonte: Folha Online

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