O pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, afirmou, em
entrevista à Rádio Tupi nesta sexta-feira, que a Fundação Nacional de
Saúde (Funasa) está hoje loteada por cargos de indicação política. O
tucano afirmou que a instituição "foi destruída, ficou no chão" durante
o governo Lula.
" Temporão não pode fazer muita coisa lá porque é tudo prato pronto. Está toda loteada "
- Eu tinha acabado com isso. Quando vinha um deputado ou
senador, e até governador quando era um caso federal, "olha eu tenho um
nome para a Funasa no meu estado...", eu falava: "Você tem um nome,
esconde de mim. Se esse nome aparecer, eu não nomeio". Porque eu vou
nomear alguém que tem que responder a mim, não a alguém que está fora.
Você pode ter um nome bom, mas eu tenho que nomear o do teu colega, e o
outro não vai ser bom - completou.
Perguntado se o posicionamento seria viável politicamente,
Serra, que foi ministro da Saúde na gestão Fernando Henrique,
respondeu:
- Eu fiz.
Durante a sabatina, o pré-candidato ainda criticou a demora no atendimento do Sistema Único de Saúde.
- Não é para me gabar, mas quando fui ministro da Saúde, a saúde
avançou. Acho que dá para avançar de novo. Na saúde, você tem uma
demanda que é sempre crescente. Você nunca chega num ponto ideal. A
questão da consulta hoje é uma vergonha.
- A prioridade do meu governo vai ser diminuir tempo de (agendamento para ) consulta.
Confira outros trechos da entrevista
Orçamento
"Começamos
obtendo dinheiro diminuindo o custo. Governo tem que gastar menos com a
manutenção da máquina e mais com obras para o povo. Não é economizar
para não gastar, é economizar para gastar melhor. Você tem que diminuir
o empreguismo, prestigiar os concursos. Tem muito apadrinhamento isso
em estatais, em administração direta. O Estado todo no Brasil, a
máquina do setor público foi loteada entre partidos e tudo mais. Isso
tem que acabar."
Comissão da Verdade
"Deve se saber tudo
o que aconteceu. Acho que o conhecimento é uma coisa essencial. Do
ponto de vista jurídico, o Supremo resolveu, com apoio do governo Lula.
O advogado do goevrno Lula entrou com essa tese de que não dava para
mexer na Lei de Anistia. (...) Na África do Sul, quando houve o fim do
regime do apartheid, que deixava os negros discriminados, e o Mandela
virou presidente, o grande Mandela, houve uma comissão da verdade
presidida pelo arcebispo (Desmond) Tutu, ele mesmo negro. E nessa
comissão da verdade foram chamadas gente dos dois lados que tinham
cometido arbitrariedades. Então você vai reabrir isso primeiro que já
prescreveu pela lei e segundo que você vai ter uma confusão muito
grande de que lado pra cá e vem coisa pra lá. De fato, acho que é
necessário saber quem fez o que. O que que aconteceu"
Fonte: OGlobo
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