Luiz Pinguelli Rosa
Lula atribuiu a ideia a Dilma Rousseff, então ministra de Minas e
Energia e hoje pré-candidata petista ao Planalto, e deu a entender que
ela ocorreu depois de ele estar eleito. "Uma das coisas que me
impressionaram foi o dia em que Dilma entrou na minha sala me propondo
a ideia do Luz pra Todos", afirmou Lula na TV.
Luiz Pinguelli Rosa e Ildo Sauer, coordenadores da área energética
do plano de governo petista, afirmam que a ideia já estava nos
programas de Lula desde 1989. Em 2002, era chamado de Universalização
do Acesso à Energia.
Segundo Pinguelli, que coordenou os programas energéticos de Lula
entre 1989 e 2002, o plano em 2002 já era o de criar um programa para
universalizar o acesso à energia, com o governo pagando os custos da
chegada da rede até a casa.
Já no governo Lula, Pinguelli lembra de documentos que usavam o nome
Escuridão Zero para o programa, em clara referência a outro projeto do
governo à época, o Fome Zero. "Não dá para reinventar a história nem
mentir", diz Sauer.
O Luz para Todos não conta com dinheiro do Orçamento da União. Entre
2003 e 2009, recebeu investimentos de R$ 15,9 bilhões. Desse montante,
R$ 11,3 bilhões (71%) saíram de fundos federais abastecidos com
percentuais descontados das contas de luz dos consumidores. O restante
veio do caixa das empresas (18%) e dos governos estaduais (11%).
O mérito do governo federal está na formatação dessa política
pública. Até o final do ano passado, o Luz para Todos havia beneficiado
2,2 milhões de domicílios no interior do país, o equivalente a cerca de
10 milhões de pessoas. Para 2010, dentro da meta prometida, resta um
saldo de 853.294 famílias, além de ao menos 495 mil outras para o
próximo governo.
Lançado por FHC e parcialmente financiado por fundos federais
abastecidos por contas de energia, o Luz no Campo apontava a
universalização em 2015, o que foi antecipado pelo Luz para Todos para
2008.
Na prática, pode-se dizer que o programa está na mesma situação do
Bolsa Família em relação ao governo tucano: foram criados por Lula, mas
baseados, ao menos em parte, em ações anteriores, como Luz no Campo e
Bolsa Alimentação.
O presidente do PSDB, Sérgio Guerra, afirmou ontem em nota que a paternidade do programa é do PSDB.
O secretário nacional de comunicação do PT, deputado André Vargas
(PR), afirma que o "dado concreto" é que o Luz para Todos ganhou a
atual dimensão sob a "coordenação explícita" de Dilma. "Filho feio não
tem pai", diz ele.
Fonte: ANA FLOR e EDUARDO SCOLESE - Folha Online
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