Gafe da presidenciável ocorreu durante uma entrevista a rádio, depois de ouvinte indagar se ela ‘peitaria uma luta pela prisão perpétua para pedófilos’
A participação de presidenciáveis em programas populares de
rádio continua criando saias-justas. Nesta quarta-feira, 26, em São
Paulo, foi a vez da petista Dilma Rousseff cair em uma "armadilha" de
ouvinte ao participar do Programa Paulo Barboza, da Rádio Record AM.
Maria Aparecida Sisto ligou para a rádio da Freguesia do Ó, na zona
norte da cidade, para saber se Dilma mudaria as leis e "peitaria uma
luta pela prisão perpétua para pedófilos". Em resposta, a petista disse
"compartilhar da revolta" da ouvinte e afirmou, titubeante, que
"dependendo da gravidade, tem crimes que podem ser passíveis de
perpétua".
A informação, equivocada, já que a condenação máxima no Brasil é de
30 anos, precisou ser corrigida no bloco seguinte em um
"esclarecimento". Mas antes disso o tema rendeu ainda mais imbróglios.
Na continuação da resposta, Dilma não agradou a ouvinte. A
pré-candidata escolheu relativizar. "Agora tem de ver que crime, qual
crime, porque se você penalizar todas as gradações do crime de forma
igual, você não foca naquilo que é o mal maior", afirmou.
"Está satisfeita com a reposta?", perguntou o apresentador. "Mais ou
menos. A minha pergunta é essa. A senhora entraria de peito e alma e
tentaria mudar algumas coisas?", alfinetou Maria Aparecida.
"Eu entro de peito aberto", respondeu a petista, ao que a ouvinte
emendou como sugestão "castrar todos os pedófilos". "É melhor aí a
punição penal que a punição física", finalizou Dilma.
Esclarecimento. Na entrada do bloco seguinte, a petista, orientada
por assessores, interrompeu o apresentador para esclarecer sua
declaração sobre a prisão perpétua e, em seguida, criticar a suavização
de pena em casos de pedofilia.
"Na verdade, no Brasil, qualquer condenação que vá por exemplo a
120, 130 anos, ela se reduz para 30 anos", retificou a pré-candidata.
"O que é sério no Brasil, eu acho, continuando minha resposta, não é a
questão que ela colocou da prisão perpétua. O que é sério é se um
pedófilo vai ou não cumprir sua pena, ou vai ser liberado no caminho."
Fonte: Roberto Almeida, de O Estado de S.Paulo
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