PT tem dificuldades em lidar com a primeira eleição sem Lula na chapa presidencial
O comando da campanha de Dilma Rousseff à Presidência enfrenta disputas
de poder e "fogo amigo" do PT. Subdividida em várias "repartições", que
ocupam três casas e um andar de hotel, a equipe tem sofrido críticas
dos próprios petistas por ruídos de comunicação da pré-candidata em
público e na internet. Na prática, o problema é político.
Na primeira eleição disputada pelo PT sem o nome de Luiz Inácio
Lula da Silva na chapa presidencial, a distribuição de tarefas obedece
a comandos que nem sempre falam a mesma língua. O coordenador-geral da
campanha é o presidente do PT, José Eduardo Dutra, que representa o
partido na difícil negociação dos palanques com o PMDB e demais
aliados. Há outros dois caciques no núcleo político: o ex-prefeito de
Belo Horizonte, Fernando Pimentel, e o deputado Antônio Palocci (PT-SP).
Pimentel fala em nome de Dilma e Palocci é o homem de Lula. A
corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), majoritária no PT, quer
fortalecer Dutra em relação a Pimentel - que, apesar de ser da mesma
ala, abriu dissidência no grupo. Ex-ministro da Fazenda, Palocci cuida
mais, por enquanto, da aproximação de Dilma com os empresários.
Deputados do PT que sempre participaram das maratonas de Lula também
ficaram "sem teto". Alguns não conseguiram vaga na equipe porque estão
marcados pelo escândalo do mensalão, de 2005. Outros não foram chamados
sob o argumento de que a equipe já tinha gente demais. Nos bastidores,
todos se sentem excluídos e se queixam de "bagunça" no time.
Fonte: Agência Estado
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