Ele é acusado de ter recebido salário do governo de GO indevidamente.
Advogado afirma que ele estava cedido a um conselho do governo federal.
O Tribunal de Justiça de Goiás condenou o ex-tesoureiro do PT
Delúbio Soares a pagar R$ 164 mil por ter recebido salários como
professor do estado quando morava em São Paulo, segundo a assessoria de
imprensa do órgão. A sentença também determinou a perda dos direitos
políticos do ex-tesoureiro por oito anos.
Segundo o tribunal, os desembargadores consideraram, no entanto,
que Delúbio só perderá os direitos políticos quando não couber mais
recurso à decisão. Uma ex-dirigente do sindicato que representa os
professores também foi condenada a pagar multa. O julgamento ocorreu na
semana passada, informou o TJ.
O advogado de defesa de Delúbio, Sebastião Ferreira Leite, disse
que a decisão ainda não foi lida no tribunal e que, por isso, “não
existe ainda”. Ele argumenta que o ex-tesoureiro do PT era membro do
Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) e
estava à disposição do órgão no período em que a Justiça o acusa de ter
recebido salários indevidamente. No conselho, ele representava a
Central Única dos Trabalhadores (CUT).
“Como a CUT não era legalizada, o governo do estado não podia
colocá-lo à disposição da CUT porque ela não tinha estatuto jurídico.
Então, o deixaram à disposição do sindicato. Não há imoralidade nisso,
não tem nada antiético”, afirmou. O advogado acrescenta ainda que
Delúbio tinha “duplo domicílio” e que não recebia salário do Codefat.
Ele pretende recorrer da decisão ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Expulso do PT em meio às denúncias do mensalão, em 2005, Delúbio chegou a pedir para voltar ao partido no ano passado, mas acabou retirando o pedido.
Questionado sobre o projeto "ficha limpa" aprovado pelo Senado
que impede a candidatura de políticos condenados por órgão colegiado -
caso de Delúbio - o advogado afirmou que confia no Judiciário e fez a
ressalva de que a proposta ainda depende da sanção do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva para entrar em vigor.
Fonte: G1
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