Aloysio Nunes vê soberba no PT: "o Brasil não começou com eles"


Considerado o braço direito de José Serra no governo de São Paulo, o ex-secretário da Casa Civil paulista, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), é pré-candidato ao Senado. Foi o preferido de Serra para concorrer à sua sucessão, mas essa tarefa acabou delegada a Geraldo Alckmin. Em entrevista exclusiva ao Terra, afirma ver virtudes no governo Lula, mas afirma que o PT comete um pecado capital. "O mal do PT é a soberba, achar que o Brasil começou com eles". Antigo membro do PCB, Aloysio diz que Dilma Rousseff lutou do lado certo contra a ditadura e que as diferenças com o PMDB de Orestes Quércia, seu companheiro de chapa, ficaram para trás. "São partidos de origem comum, partidos muito próximos, que ficaram afastados em função de divergências eleitorais, momentâneas". Aloysio vê uma disputa acirrada às duas vagas de senador em São Paulo e crê que esteja seriamente no páreo para ficar com uma delas.

Leia os principais trechos da entrevista:

Terra - O ex-governador José Serra teve o senhor como um dos principais aliados enquanto chefe da Casa Civil. Ele inclusive manifestou interesse que o senhor fosse candidato ao governo. Por que é que não deu certo e essa candidatura não foi adiante?
Aloysio Nunes Ferreira - Eu trabalhei com o prefeito Serra por dois anos, fui seu secretário de governo e durante o período do Serra no Estado eu fui o seu chefe de governo. Tive um contato muito próximo com a realidade do Estado de São Paulo, e muito atual, com as cidades, com as regiões, e me considerava em condições de disputar. Era a minha sensação subjetiva e tinha muitas pessoas à minha volta que também tinham o mesmo ponto de vista. Mas eu sou muito realista na política. Quando o governador Alckmin manifestou o desejo de concorrer mais uma vez, ele se apresentou com uma intenção de voto exuberante nas pesquisas. Mais de 50%. E analisando no detalhe essas pesquisas, eu verifiquei que essa intenção de voto não era um mero fogo de palha, um produto de recall de eleições passadas. Era uma intenção de voto baseada em uma boa avaliação retrospectiva de seu governo. Então eu vi que era uma candidatura sólida e que não valia a pena eu levar um conflito interno no partido até a convenção. Eu poderia ganhar, talvez. Mas se eu ganhasse, eu estaria derrotando alguém que era dono de uma boa parte daquele que viria ser o meu eleitorado. Estaria brigando com os meus eleitores. De outro lado, estaria atrasando muito a campanha do PSDB de São Paulo. O Alckmin foi um bom governador e poderá ser novamente um excelente governador. Não tenho nenhuma razão de interesse público para me opor a ele. Não tenho nenhuma divergência fundamental com ele. Somos companheiros de partido, amigos há mais de 30 anos, não há nenhum problema em somar. E adotei essa postulação para o Senado para retomar uma carreira parlamentar que eu segui por cinco mandatos.

Terra - Algo parecido aconteceu com o deputado José Aníbal. Ele tinha a intenção de concorrer ao Senado e queria levar isso para a convenção, mas em um último momento...
Aloysio Nunes Ferreira - Ele achou também que não era o caso de manter uma disputa, que querendo ou não, a convenção sempre é geradora de fofoca, de intriga, de futrica, internet para cima e para baixo, e-mail... Então ele considerou que era melhor somar com a gente, engrenar. Encontrar o seu lugar na campanha, que certamente será um lugar de destaque.O José Aníbal é um político muito qualificado. Tem um discurso forte, tem liderança real, tem história. Então acho que ele pode ocupar um papel importantíssimo, sempre como um porta-voz importante do PSDB.

Terra - Dentro do PSDB muita gente diz que é difícil trabalhar com o governador José Serra. Que ele é centralizador. Às vezes, ele mesmo faz piada sobre isso. Como foi esse período em que o senhor trabalhou com ele, diretamente na Casa Civil?
Aloysio Nunes Ferreira - Primeiro, ele não é centralizador. Ele gosta muito de trabalho em equipe. Ele valoriza muito a formação da equipe, acha que é um ponto primordial, um fator de sucesso de um governo, de uma administração, a montagem de uma boa equipe. Em segundo lugar, ele valoriza os seus auxiliares, reconhecendo-lhes o mérito, não só na relação privada, no contato administrativo, mas também de público. Ele estimula os seus colaboradores, reconhecendo publicamente. E para aqueles que são políticos, como o meu caso, isso é muito importante. Terceiro, ele estimula uma troca de ideias real com a sua equipe. Ele é muito gregário, costuma reunir em torno da sua mesa para discutir um determinado problema, pessoas de diferentes níveis hierárquicos da administração e frequentemente muda de ideia ao ouvir um bom argumento. O Serra faz as perguntas certas. Ele é bom de diagnóstico. Ele tem um bom olho clínico por causa da sua experiência. Então, é muito bom trabalhar com ele. Agora, ele cobra. Ele dá autonomia, mas cobra resultado. Eu, na Casa Civil, tinha a função de coordenação do governo e de relação com a Assembleia, com as questões legislativas, o atendimento aos prefeitos. Ele cobrava resultado. Ele nunca quis saber se foi uma ambulância para tal lugar ou para outro. Ele queria saber se as ambulâncias que o governo do Estado estava comprando para municípios daquele porte tinham chegado ao seu destino.

Terra - O senhor passou a dormir mais tarde durante o governo dele? Ele costumava acioná-lo à noite?
Aloysio Nunes Ferreira - Este é um problema real da minha convivência com o Serra. Eu sou muito matinal, até porque a minha mulher acorda muito cedo. Ela é professora, entra na sala de aula às 7h30 na Mooca, então ela acorda às 6h da manhã. Tenho ainda filha que mora comigo, que acorda muito cedo. Meu enteado, enfim. Minha casa acorda muito cedo, desperta muito cedo e eu não tenho jeito de continuar dormindo. E à noite eu rendo menos intelectualmente. Quando eu estou com sono, a cabeça não funciona. O Serra não. À medida que a noite avança, ele vai tomando cada vez mais fôlego. Ele usa muito a comunicação via web. De manhã cedo, a gente chega no escritório e lá estão as mensagens dele. Nós chegávamos de manhã e já tínhamos as tarefas. Agora, à noite, quando ele queria continuar trabalhando, eu ia murchando e ele dizia: tá na hora do Aloysio dormir.

Terra - Apesar de o PSDB ter eleito os últimos quatro governadores em São Paulo, com duas eleições do Covas, depois o Alckmin... A última vez que ele elegeu um governador foi em 1994, com o José Serra. Como fazer para retomar essa vaga para o partido?
Aloysio Nunes Ferreira - Eu acho que esse jejum senatorial é em si mesmo um estímulo para os militantes do PSDB. Isso dá garra para a militância, de retomar a cadeira que foi do Covas, que foi do Serra, que foi do Fernando Henrique. Para o nosso discurso interno partidário, para avivar o patriotismo partidário, é importante. Isso é claro diz respeito aos militantes do PSDB e não ao público em geral. Para o público em geral, eu acho que tem um fator decisivo para a eleição, que é a identificação com a corrente que é liderada pelo candidato a presidente, que é o Serra, e para o candidato a governador, o Alckmin. Para o candidato ao Senado, suas chances de vitória aumentam à medida que ele se identifique com a corrente majoritária. E ao mesmo tempo ele trabalhe para intensificá-la, para aumentá-la. Eu me identifico com essa corrente e vou procurar aumentá-la, sobretudo trazendo para ela, mobilizando para ela, as pessoas e os líderes políticos com os quais eu me relacionei nesses últimos anos. Eu teci uma rede de relações que eu quero puxar para a nossa campanha, portanto, contribuir para amplificar essa corrente. E explicando para o público, o eleitorado, o que é o um senador.

Terra - Serão eleitos dois candidatos ao Senado. Olhando para fora, quem o senhor vê como principais concorrentes?
Aloysio Nunes Ferreira - A candidata do PT, a ex-prefeita Marta Suplicy, é uma candidata forte. O candidato do PCdoB, Netinho de Paula, é um nome popular, mas eu não tenho como prever como será o seu desempenho eleitoral. Porque não é alguém cuja vida pública é conhecida.

Terra - Tem o Gabriel Chalita que é um ex-aliado de vocês...
Aloysio Nunes Ferreira - O Chalita tem uma biografia ligada a um tema importante, que é a educação, mas tem uma dificuldade. É que ele esteve conosco, ele foi membro do governo Alckmin, do governo Covas, foi eleito governador pelo PSDB, e de repente muda, passa para um partido que se opõe a nós. Não é fácil para o eleitor entender. Mas ele é uma pessoa que tem uma boa comunicação, boa aparência, um homem bonito, fala bem, não sei o que vai dar na eleição. O ex-governador Quércia, que está na nossa coligação, teve na última eleição, que foi candidato ao Senado, 15% dos votos. Numa eleição inteiramente desfavorável para ele. Ele imaginava fazer uma composição branca com o PT. Ele queria fazer uma coligação com o PT, mas estava impedido pela legislação eleitoral da época que previa a verticalização. Ora, o PMDB já estava aliado com o PT no plano nacional. Ele fez uma aliança informal, imaginando que teria o segundo voto do Mercadante. O pessoal do PT descarregou em alguém que estava ali para figurar apenas, que era o Wagner Gomes. Que passou a perna no Quércia. O pessoal do PT não foi correto com ele. Nessas condições, sem candidato a governador, ele teve 15% dos votos. De modo que é um homem que tem prestígio. Eu tô dizendo isso... Tem o Romeu Tuma, que já foi duas vezes Senador. Vai ser candidato outra vez. Eu não subestimo nenhum deles, todos tem potencial de ganhar, mas não subestimo eu também. Eu acho que estou no páreo e seriamente no páreo.

Terra - O senhor falou do Orestes Quércia. O PSDB surgiu de uma dissidência com PMDB, lá atrás, em 1988. Como se deu reaproximação com o Quércia? Como é ter ele como aliado agora?
Aloysio Nunes Ferreira - O PMDB de São Paulo participou do governo Mário Covas, tinha um secretário de Habitação, que é o atual deputado pelo PPS, Dimas Ramalho, mas foi secretário de Habitação do Mário Covas e fez parte da base de sustentação política do governador Covas. Esse mesmo PMDB de São Paulo compôs a base de sustentação política do governador Alckmin. Houve no final do governo um episódio parlamentar, uma eleição da mesa da Assembléia, houve um distanciamento, mas ele participou da base de sustentação do governo Alckmin. Tinha até o comando de uma empresa importante, de construções... De modo que não há entre nós uma muralha da China. Houve um episódio, que já foi até objeto de uma autocrítica por parte do ex-governador Quércia. Um ataque pessoal, grosseiro, do qual o Quércia se penitencia. Um episódio superado em relação ao Mário Covas. Mesmo na época do PMDB, o Covas e o Quércia já tiveram aliança interna dentro do partido. O Covas foi candidato a senador e o Quércia candidato a governador. O grupo covista participou inclusive do governo Quércia. Nas secretarias de Transportes e Abastecimento. São partidos de origem comum, partidos muito próximos, que ficaram afastados em função de divergências eleitorais, momentâneas...

Terra - Essas diferenças ficaram para trás?
Aloysio Nunes Ferreira - Ficaram para trás em função de um objetivo maior. Elas existem, não são partidos iguais. São partidos diferentes, senão estariam juntos. Estaríamos no mesmo partido. Nós temos diferenças, mas nós estabelecemos uma aliança política. E essa aliança tem como objetivo principal, como norte principal, a mudança do governo do País, a eleição do Serra e a eleição do Alckmin em São Paulo.

Terra - Como o senhor vê o nível do Senado hoje, olhando de fora. O senhor acha que está em um bom nível?
Aloysio Nunes Ferreira - Eu não tenho um 'senariômetro'. Tem coisas, episódios, que são constrangedores. Tanto no Senado, como na Câmara. Que não fazem bem à imagem da representação popular. Agora essa é uma boa oportunidade de renovar. Nós vamos renovar dois terços do Senado.

Terra - O senhor espera que a eleição presidencial seja limpa, do ponto de vista das campanhas?
Aloysio Nunes Ferreira - Nós tivemos aqui na eleição passada, quando o Serra foi candidato a governador, um episódio horroroso, que foi o episódio dos 'aloprados', pessoas ligadas à campanha do Mercadante, que usando dinheiro sujo, falsificaram, fabricaram um dossiê fajuto contra o candidato Serra. E foram pilhados com a boca na botija. E até hoje não explicaram de onde veio aquele dinheiro. Um milhão e não sei quanto... Foi um episódio ruim, que eu espero que não se repita. Do nosso lado não vai haver. Nós não somos pessoas de trabalhar com dossiê e por outro lado, a ministra Dilma é uma pessoa que merece muito respeito. Ela é uma pessoa que não se presta a nenhum ataque, ainda que tivéssemos essa intenção, nenhum ataque pessoal contra a sua honra, sua reputação. É uma pessoa correta, bem intencionada, que prestou serviços ao País, que esteve do lado certo na luta contra a ditadura.... Eu acho também que esse negócio de ataque é como um bumerangue. Você joga no adversário e ele volta para você. O ataque prejudica a quem ataca.

Terra - E o papel da Internet nessa eleição? A ministra Dilma tem sido vítima de ataques, por ter participado da guerrilha. Você vê muito isso circulando pela Internet. O senhor que viveu aquela época e acabou de dizer, estávamos do mesmo lado...
Aloysio Nunes Ferreira - Mas isso é coisa mais da extrema direita... Nós estávamos contra a ditadura, embora, vendo, olhando com os olhos de hoje, considere que o método que nós adotamos, que essa facção do movimento contra a ditadura, estava totalmente equivocado. Eu acho que é a mesma visão que tem hoje a ministra Dilma. Agora, isso vendo com os olhos de hoje. O moço de 22 anos da época via diferente. O homem maduro de hoje tem uma visão, vamos dizer, mais historicamente, mais realista das reais possibilidades que aquele movimento tinha. Agora, o fato é que não nos conformamos com a ditadura. Cada um do seu modo. O Serra do jeito dele, o Alckmin do jeito dele aqui no MDB, desde mocinho, como vereador em Pindamonhangaba, eu aqui na extrema esquerda, depois no Partido Comunista. Cada um do seu jeito, né?

Terra - O senador Aloizio Mercadante, em uma entrevista para o Terra, na segunda-feira, falou que o governo PSDB tem dificuldade em reconhecer os problemas de São Paulo. O senhor tem alguma autocrítica nesse sentido. do que poderia ter sido feito de outra maneira e não foi?
Aloysio Nunes Ferreira - Eu acho que nós temos capacidade de reconhecer os problemas e de resolver os problemas. Nós temos essa capacidade. Vamos ver o que é que o Senador Aloizio Mercadante vai dizer... Se ele disser coisas que tenham cabimento, nós vamos responder, reconhecer ou não, mas é claro que a gente aprende com a experiência. É óbvio, senão não teríamos feito os governos que fizemos. Governos que tem níveis crescentes de desempenho em todas as áreas. Tanto do ponto de vista qualitativo, quanto quantitativo.

Terra - Como é que o senhor avalia o governo Lula? O PT gosta muito de fazer a comparação, e deve usar isso na campanha, dos oito anos do predidente Lula com os oito anos do presidente Fernando Henrique. Que avaliação o senhor faz do governo Lula e se dá para traçar um paralelo, esse tipo de comparação.
Aloysio Nunes Ferreira - O governo Lula teve a sabedoria e o bom senso de, tendo sido eleito com uma bandeira de reforma, reformar as suas bandeiras. Ele seguiu os parâmetros básicos da política econômica do Fernando Henrique. A responsabilidade fiscal, o câmbio flutuante, a meta de inflação... Coisas que eles abominavam quando estavam na oposição. Ele teve essa virtude, importante. Vamos por a cabeça no lugar e ver que a abertura da economia veio para ficar. É uma necessidade. Nós temos de adaptar o Brasil para uma concorrência, para um grau de exposição cada vez maior à concorrência externa e para isso é preciso ter uma gestão da economia que nos dê solidez, que nos permita ter política econômica, então, acho que esse é um fato positivo, né? Acho positivo também as políticas sociais dele de inclusão. Bolsa Família, ter consolidado isso tudo num único programa, um programa muito abrangente, é uma coisa muito positiva também. Permitiu dar uma mão às pessoas que não tinham onde se escorar. E que estavam dispersas em diferentes agências, em diversas modalidades no governo Fernando Henrique. Alguns programas interessantes também como o ProUni por exemplo, que é um programa bom. Dá oportunidade aos moços que não tem possibilidade de estudar, de ter acesso à Universidade. Tem coisas boas, positivas, mas o Brasil não começou com ele. O mal do PT é a soberba, achar que o Brasil começou com eles. Não começou. O Brasil moderno, como o Serra apontou, começa com a Constituição de 1988. Esse é o momento. O momento de ruptura é o momento da mudança das reformas que o Fernando Henrique introduziu no País. Do Plano Real.

Terra - O Fernando Henrique esteve lá no lançamento do pré-candidatura do Alckmin. Ele vai participar efetivamente da campanha? Muita gente critica que o PSDB tem escondido ele, não tem dado espaço para ele...
Aloysio Nunes Ferreira - Ele é o nosso presidente de honra. . Seguramente vai participar. Já participou em Brasília, no ato inaugural da campanha, no evento mais importante da pré-campanha em São Paulo, ele foi uma das estrelas. Na minha campanha, se eu pudesse eu pedia um quartinho para morar na casa do Fernando Henrique.

Terra - E a Internet, pela primeira vez vai ter um peso maior. Temos a experiência do Obama lá nos Estados Unidos, que virou um paradigma. Como o partido e o senhor pessoalmente vão atuar?
Aloysio Nunes Ferreira - Estamos trabalhando para participar, interagir com os membros das redes sociais e acho que ela tem um papel muito importante na difusão das informações. Sobretudo, entre os jovens, é um veículo fundamental de difusão de informações. Não só de difusão, mas de geração de informações. Cada internauta é um gerador de programas. Ele bota uma coisa na cabeça, pega uma imagem no Youtube e cria a partir dela, retrabalha essa imagem, põe na rede...

Terra - Fica um pouco fora de controle dos próprios candidatos. Na questão até do mal uso...
Aloysio Nunes Ferreira - Mas isso é assim na vida real. Zumzumzum, boato. A campanha só existe quando as pessoas começam a comentar entre elas aquilo que acontece, aquilo que os candidatos apresentam em seus programas de televisão, no comício, quando existia comício. Só existe, só toma corpo quando vira assunto da conversa cotidiana. Quando ela gera um buchico cotidiano. A internet, eu tenho pra mim, reproduz, só que numa escala, muito mais ampla, esse fenômeno da comunicação. A forma de difusão das notícias, dos comentários, na relação interpessoal, que é o que forma a opinião pública.

Terra - Qual a bandeira, como o senhor pode chamar o eleitor para votar no senhor. Que diferença o senhor pode fazer como senador?
Aloysio Nunes Ferreira - Eu não sei como isso pode ser traduzido na mensagem curta da eleição, no slogan eleitoral. A gente vai chegar nisso. Eu acho crucial eu mostrar para o eleitor, o que é o senador, o que faz o senador. A importância e a complexidade da função do senador, que decorre da maneira como ele é eleito, pelo voto majoritário. Sua importância como representante do Estado nas reivindicações junto ao governo federal. A sua importância como legislador. Pegar algumas questões legislativas que são mais sensíveis. Como por exemplo muitas coisas ligadas à segurança pública, para melhorar, você depende de mudanças legislativas... Mostrar que o senador tem importância na vida financeira do Estado, da União e dos municípios.

Terra - Na eventualidade ou na possibilidade de o ex-governador de São Paulo José Serra se eleger presidente e o senhor se eleger ao Senado, qual a chance de o senhor ir para o governo dele e não exercer a função?
Aloysio Nunes Ferreira - Ele fez uma menção no ato de lançamento da nossa pré-candidatura, foi mais uma menção fruto da amizade, do carinho, não foi nenhuma intenção futura de composição de ministério. Eu sou candidato ao Senado e não a um cargo no executivo.

Fonte: Vagner Magalhães - Terra

Comentários