TV Brasil contrata programa de R$ 2,6 milhões



O canal estatal TV Brasil - da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) - assinou em 10 de fevereiro um aditivo de contrato de R$ 494.734,36 para produzir mais seis episódios do programa "Nova África". O semanal, produzido pela paulista Baboon, é dirigido pelos jornalistas Luiz Carlos Azenha e Henry Daniel Ajl. Os capítulos adicionais elevaram para quase R$ 2,6 milhões o valor total do contrato.
A contratação da Baboon foi feita por licitação em outubro de 2008 e participaram do processo 13 produtoras, do Rio, de São Paulo e de Brasília. Segundo o edital, o objetivo era produzir uma série de programas jornalísticos especiais para televisão intitulada "Revista África", com 26 episódios de 27 minutos cada. O preço estimado pela EBC - que funcionou como teto na disputa - foi de R$ 2,214 milhões.
Encerradas as três etapas da licitação - apreciação dos documentos de habilitação, proposta técnica e proposta econômica -, a Baboon Produções e Empreedimentos Ltda foi declarada vencedora em 11 de março de 2009 com a oferta do serviço por R$ 2,1 milhões. A publicação do contrato foi feita em 16 de abril do ano passado.
O jornalista Luiz Carlos Azenha afirmou, no dia 16 de março, em seu blog na internet, que cuida apenas da parte editorial do programa "Nova África", exibido pela TV Brasil. "O programa é da Baboon Filmes, uma produtora independente de São Paulo, que ganhou uma concorrência pública para
fazer a revista Nova África. A concorrência foi pública, todos os documentos relativos a ela são públicos. Cuido tão somente da parte editorial do programa. Sou contratado da Baboon, assim como sou contratado da TV Record e fui contratado de várias emissoras", escreveu. Azenha negou ainda que receba um salário alto. "Minha remuneração na Baboon, aliás, está bem abaixo dos padrões do mercado para o cargo que exerço e a responsabilidade que tenho."
O jornalista garante que sua participação na equipe não teve qualquer influência no resultado da concorrência que selecionou a produtora para fazer o programa. "A ideia de que minha presença na equipe do programa poderia ter influenciado o resultado da concorrência muito me honra. Mas ela é simplesmente falsa. Assim como não tenho um programa meu na TV Brasil, assim como sou empregado da Baboon, registro que a nota que recebi da comissão avaliadora foi zero. Apesar de ter na época quase 30 anos de televisão, a nota que a Baboon recebeu pela minha presença na equipe foi zero.
A JCV (Jornalismo Cinema Vídeo), de Brasília, foi uma das 12 empresas que concorreram com a Baboon. Sócio da produtora , Jorge Oliveira contou que, no começo do processo de licitação da EBC, chegou a recorrer para se manter na disputa, mas depois acabou desisitindo.
Em sua opinião, os critérios de avaliação dos trabalhos apresentados pelas empresas eram subjetivos. Oliveira afirmou ainda que o valor que a EBC pretendia pagar pela produção do programa era insuficiente para cobrir todas as exigências da concorrência.
- Não dava para fazer pelo valor que eles colocaram. Eu sabia que lá na frente iriam fazer adicionais. Além disso, o critério de subjetividade era deles - afirmou.
No último dia 10 de fevereiro, a EBC assinou um aditivo de contrato de quase R$ 500 mil para esticar o "Nova África" para 32 episódios. Os termos começarão a valer no próximo 14 de abril e se encerrará em 12 de julho.
A diretora de Jornalismo da EBC, Helena Chagas, reiterou que a seleção da produtora foi feita por licitação, por quesitos técnico e de preço e baseada na Lei 8.666, em processo que durou nove meses. Os profissionais contratados pela Baboon são de responsabilidade da produtora, salientou.
Helena afirmou ainda que o "Nova África" é um dos programas mais assistidos da TV Brasil:
- O custo de produção, para os padrões de TV, é baixo. O valor do contrato cobre todas as despesas da produção, inclusive as viagens - destacou a diretora, em referência aos R$ 78.125, em média, por episódio.
O "Nova África" está no 19o episódio e é veiculado todas às sextas-feiras, às 22h. 

Fonte: O Globo

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