Serra defende mandato de 5 anos e diz que antecessor não é inimigo



O pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, defendeu hoje o mandato presidencial de cinco anos sem reeleição e disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também era a favor dessa ideia, mas que mudou de opinião.
Serra disse que levará essa questão para o Congresso, caso seja eleito em outubro. Mas afirmou também que, se os deputados e senadores refutarem o mandato de cinco anos, "paciência".
As declarações do tucano foram dadas em entrevista à rádio Itatiaia, de Belo Horizonte, onde o ex-governador está em campanha nesta segunda. Sem dizer a época, ele disse que já tinha conversado com Lula sobre o mandato de cinco anos quando indagado sobre as reformas que estão para ser feitas.
"Eu conversei com o Lula, ele estava de acordo, mas depois ele mudou de ideia. Eu espero que ele mude de novo, porque o Lula, mesmo fora do governo, vai ter um peso político muito grande e eu pretendo manter o diálogo com ele. Sem dúvida nenhuma", disse Serra.
O pré-candidato à Presidência disse que "aquele que foi seu antecessor não é inimigo". "Para mim é alguém que ocupou o cargo, que tem experiência e terá coisas para dizer. Nesse sentido, pretendo conversar com ele e com o PT", disse Serra, pregando esse entendimento para as tratar das "causas nacionais".
Serra criticou também o "empreguismo" e o "troca-troca" no governo Lula, referindo-se especialmente à Funasa (Fundação Nacional de Saúde). Disse que quando foi ministro da Saúde, criou certificação no órgão, pelo qual os cargos só poderiam ser preenchidos por pessoas com alguma qualificação.
"Tinha feito isso no Ministério da Saúde com a Funasa, que agora acabou, loteada pelo empreguismo, pelo troca-troca, por denúncias de corrupção na Fundação Nacional de Saúde. Não é nem problema do atual ministro, que é uma pessoa decente, o [José Gomes] Temporão. Mas é o que foi destruído com o loteamento, com o troca-troca", disse.
Serra prometeu, caso eleito, colocar o governo federal à frente das questões de segurança pública, disse que a saúde terá muita importância, repetiu e explicou por diversas vezes o slogan da sua campanha tentando exemplificar onde o país "pode mais". 

Santos
Serra deu palpite até na seleção brasileira, ao defender que o técnico Dunga leve para a Copa da África o trio avançado do Santos Futebol Clube: Neymar, Robinho e Paulo Henrique Ganso.
Antes, ele havia citado um caso em que, quando era ministro da Saúde, deu opinião sobre como o Palmeiras, seu time do coração deveria jogar. Sua fala teve repercussão e o então treinador, Luiz Felipe Scolari, disse que daria opinião também na área da Saúde.
Após dizer que nunca mais se meteu na área dos treinadores de futebol, Serra não resistiu à pergunta sobre a convocação de Neymar. Defendeu não só a do atacante, mas também a do meia Ganso, para que os dois jovens santistas, juntamente com Robinho, que deve estar na lista de Dunga, possam aproveitar o entrosamento que têm em favor da seleção.
"O Santos está jogando gostoso, tem DNA. Tem algo bom que não dá para ficar com raiva", disse o presidenciável palmeirense. 

Fonte: Paulo Peixoteo - Agência Folha

Comentários