PT-SP quer PSB na aliança e Chalita para Senado


Ex-secretário de Educação, Chalita foi o vereador mais votado em São Paulo

Na esteira de uma definição sobre a candidatura de Ciro Gomes (PSB-CE) à Presidência da República, o PT trabalha nos bastidores para emplacar uma chapa com dois nomes fortes para o Senado. Mantendo o discurso oficial de que respeita a intenção do PSB de lançar candidatura própria à Presidência, com Ciro, e ao governo de São Paulo com Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a intenção do partido é ter Marta Suplicy (PT) e Gabriel Chalita (PSB) juntos como candidatos ao Senado.
O PT cogitou oferecer a segunda vaga ao Senado para o vereador Netinho de Paula (PC do B), o terceiro mais votado da capital paulista em 2008. Mas pesquisas internas feitas pelo partido revelaram que a estratégia poderia ser prejudicial à candidatura de Marta, uma vez que o eleitorado de ambos está concentrado nas classes populares. As mesmas pesquisas indicam que Chalita pode conquistar votos do eleitorado tucano e da classe média. Além disso, é o candidato que pode ocupar o espaço junto ao eleitorado de centro, órfão de lideranças políticas há algumas eleições.
Chalita desfiliou-se do PSDB há pouco mais de seis meses por discordar das mudanças na política de educação executadas pelo então governador José Serra. Ex-secretário de Educação durante praticamente todo o governo de Geraldo Alckmin (PSDB), foi o vereador mais votado em São Paulo e tem forte identificação com os católicos - no ano passado, lançou um livro com o padre Fábio de Melo, fenômeno musical da Igreja - e a classe média paulistana, eleitorado que impôs derrota à Marta nas eleições à Prefeitura em 2008.
Com Marta e Chalita, lideranças petistas acreditam ser possível conquistar as duas vagas na disputa pelo Senado, contra Orestes Quércia (PMDB), já garantido na disputa, e Aloysio Nunes Ferreira, José Aníbal e Mendes Thame, tucanos que disputam internamente a indicação para a segunda vaga.
Há quem defenda que Chalita poderia sair como vice-governador na chapa de Mercadante, mas o vereador não teria demonstrado interesse pela vaga, agora oferecida ao PDT. No PC do B, o deputado Aldo Rebelo (SP), vice de Marta em 2008, também se colocou à disposição para ser o vice de Mercadante, mas não é algo visto como obstáculo à aliança pelo PT.
Espera
A espera pelo PSB e por Chalita fica clara com a decisão do PT de adiar a escolha do nome dos pré-candidatos a vice-governador e ao Senado. No próximo sábado (24), o partido ratifica a escolha de Mercadante como pré-candidato a governador e de Marta ao Senado, em um encontro estadual que dará ainda, à Executiva do PT, autorização para escolher os nomes restantes, bem como fazer alianças. Mercadante disse que a união pode vir no segundo turno.
- O PT segue de portas abertas ao PSB, mas, se não houver acordo, estaremos juntos no segundo turno
O senador revelou ainda que PDT e PR já indicaram nomes para a pré-candidatura a vice.
De acordo com Edinho Silva, presidente estadual do PT, a escolha dos nomes que faltam para compor a chapa ao governo e ao Senado sairá no começo de maio. O líder do PT na Assembleia, Antonio Mentor, disse que torce pela coligação.
- Vamos seguir as negociações, inclusive com o PSB [...] Respeitamos a posição do PSB em favor de uma candidatura própria, mas gostaríamos de tê-los na nossa aliança.
Já o PSB espera apenas a desistência de Ciro da disputa presidencial para costurar o acordo. Skaf insiste que não abre mão de disputar o governo e que não deseja uma vaga no Legislativo, mas lideranças do partido já questionam a sustentabilidade de sua candidatura. O partido liberou Skaf para buscar apoio com outras legendas, mas a aproximação com o PP, que lançou Celso Russomanno como pré-candidato ao governo, não foi bem vista.

Fonte: R7

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