"Aloprado" do PT investe em cafeicultura, pecuária e imóveis na BA



O "aloprado" Hamilton Lacerda entrou nos ramos da cafeicultura, pecuária e imóveis no sul da Bahia, informa a coluna "Painel" da Folha, editado por Renata Lo Prete. Ele coordenava a campanha de Aloizio Mercadante ao governo paulista em 2006, quando foi flagrado pela PF com R$ 1,7 milhão de origem até hoje não esclarecida para supostamente comprar dossiê contra o então adversário de campanha José Serra.
Conforme a Folha revelou no início do mês, Lacerda virou fazendeiro do ramo do reflorestamento, investindo de R$ 1,5 milhão no negócio. O atual projeto tem capital previsto de R$ 800 mil.
Lacerda ganhava cerca de R$ 5.000 como assessor de Mercadante quando passou a coordenar a campanha, em 2006. Procurado pela Folha reiteradas vezes para comentar seus negócios recentes na Bahia, não respondeu aos telefonemas.
"Aloprados"
Acusado pela Polícia Federal de fornecer uma mala com R$ 1,7 milhão para compra de dossiê contra tucanos na campanha de 2006, Lacerda foi reconduzido aos quadros do PT no início de fevereiro.
Pressionado pela cúpula petista, ele pediu desfiliação logo após a PF apreender o dinheiro em um hotel de São Paulo em setembro de 2006 --flagrante que levou à crise na campanha de reeleição de Lula.
Com a vitória no primeiro turno frustrada pelo caso, o presidente chamou de aloprados Lacerda e os demais envolvidos na compra do dossiê.
Investigado pela PF e por uma CPI no Congresso, Lacerda nunca disse a origem do dinheiro usado para compra do dossiê. Uma revelação poderia causar maiores danos a caciques petistas.
Ele sempre manteve a versão de que, em vez de R$ 1,7 milhão, entregou roupas no hotel a dois emissários que comprariam o dossiê (planilhas, fotos e fitas de vídeo sobre venda de ambulâncias).
Até hoje, a PF ainda não comprovou a origem da quantia, mas indiciou Lacerda por suposta lavagem de dinheiro. 

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