Ex-diretor de acampamento nerd vai trabalhar na campanha de Dilma


Marcelo Branco diz que pré-candidata do PT à Presidência vai aderir ao Twitter

Cristiano Sant´Anna/26.jun.2009/indicefoto.com 
Dilma Rousseff, Marcelo Branco e Lula durante o Fórum Internacional do Software Livre, realizado em junho do ano passado em Porto Alegre.

Marcelo Branco, ex-diretor da Campus Party, espécie de acampamento nerd que acontece todo ano em São Paulo, começou a trabalhar na equipe de Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à Presidência da República. Branco vai cuidar da estratégia de campanha da ex-ministra nas redes sociais, como o Twitter, o Orkut e o Facebook.
Ele foi contratado pela agência de comunicação Pepper, que presta consultoria para a campanha na área digital. Também fazem parte da equipe nomes como Scott Goodstein, um dos responsáveis pela bem sucedida estratégia de marketing digital de Barack Obama, em 2008, e Ben Self, fundador da Blue State Digital (BSD), empresa que conseguiu arrecadar cerca de US$ 500 milhões (R$ 890 milhões) via internet para a campanha do presidente dos EUA. 
Nos últimos meses, Branco se desligou dos dois postos que o fizeram conhecido do grande público de internet no Brasil: a direção da Campus Party, um evento que neste ano custou R$ 7,5 milhões (bancados por cerca de 50 empresas, além dos governos governos municipal e estadual de São Paulo o e federal), e o cargo de coordenador da Associação SoftwareLivre.org, que tem o objetivo de promover tecnologias que usem código aberto.
Branco disse ao R7 que as conversas com a equipe da pré-candidata do PT existem desde o ano passado, mas que só se concretizaram agora. Ele disse que vai trabalhar na "mobilização de campanha", usando as redes sociais, e adiantou que a ex-ministra vai ter, por exemplo, uma conta no Twitter – site em que é possível postar mensagens de até 140 caracteres e que já tem o principal rival de Dilma, José Serra (PSDB), entre seus usuários. 
– Ela vai ter Twitter. Ainda não tem data, isso não foi definido, mas será no momento apropriado. Isso ainda não foi feito porque os coordenadores de campanha entenderam que era melhor esperar que ela saísse do ministério, para não haver conflito de interesses. 
A ideia, segundo Branco, é que haja uma conta pessoal para Dilma e outra para a campanha em si. 
O executivo diz que um dos motivos que o fizeram aceitar a proposta foi o fato de "esta ser a primeira eleição no Brasil com internet realmente livre". Isso porque, antes ignorada pela legislação, a propaganda eleitoral na internet passou a ser permitida. Os candidatos são autorizados a usar redes sociais para fazer propaganda. A nova regra proíbe apenas os anúncios pagos (em portais de notícias, por exemplo), além de propaganda em sites de pessoas jurídicas ou de entidades da administração pública.
Como os brasileiros são "viciados" em redes sociais, sendo campeões mundiais em tempo de uso da internet, a expectativa é que a web tenha um papel importante na hora de o eleitor escolher seu candidato. Para Branco, isso deve acontecer mesmo entre as classes mais baixas.
– Um dado interessante é que 52%  dos usuários brasileiros de internet são das classes C e D. A internet hoje é uma realidade também na periferia, pela existência de LAN houses, telecentros e outros centros de inclusão digital.

Fonte: Felipe Maia, do R7

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