Advogado do PSDB diz que pesquisa Sensus privilegiou eleitores de Lula nas entrevistas


Tucanos ganharam na Justiça acesso às mais de 2.000 entrevistas feitas pelo instituto

Depois de ter acesso aos arquivos da pesquisa eleitoral divulgada na semana passada pelo Instituto Sensus, os advogados do PSDB afirmaram que a candidata petista à Presidência da República, Dilma Rousseff, só aparece empatada tecnicamente com o rival tucano José Serra (32,4% e 32,7%, respectivamente) porque os pesquisadores privilegiaram o eleitorado de baixa renda, que, justificam eles, são os principais simpatizantes do maior cabo eleitoral de Dilma, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na mesma semana, o Instituto Datafolha apontou uma vantagem de dez pontos porcentuais de Serra sobre Dilma: 38% a 28%.
Segundo os tucanos, foram encontradas cinco irregularidades na pesquisa encomendada pelo Sintrapav (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Construção Pesada de SP). Após autorização do TSE, o PSDB mandou representantes à sede do Sensus, em Belo Horizonte, para analisar as mais de 2.000 entrevistas da pesquisa na última sexta-feira (16).
O advogado Ricardo Penteado afirmou ao R7 que a pesquisa protocolada no TSE aponta que apenas 6% dos entrevistados tinham renda de até um salário mínimo. Esse número, na verdade, seria de 17,7%, o que explica parte das intenções de voto adicionadas à petista.
- Tivemos problemas com amostras de renda e escolaridade.
Penteado também diz que outros “erros grosseiros” foram identificados. A cidade de Uberlândia (MG), por exemplo, foi identificada como se ficasse em São Paulo.
O advogado disse que a pesquisa pode ter ainda mais problemas. É que esses erros seriam apenas parte do relatório analisado pelos técnicos do partido. O restante da análise deve chegar a suas mãos ainda hoje.
- Estou aguardando o resultado final do relatório. Espero que não venham mais erros, mas o que eu tenho já é suficiente para tomar uma decisão na Justiça eleitoral.
Penteado afirma que, dependendo dessas novas irregularidades, o PSDB pode recorrer ao TSE afirmando que o Sensus cometeu “fraude eleitoral”.
- Aí caberá ao Ministério Público Eleitoral tomar as medidas cabíveis.
A reportagem entrou em contato com o Instituto Sensus, que ainda não retornou o contato até a publicação desta reportagem.

Fonte: Wanderley Preite Sobrinho - R7

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