Entrevista com Geraldo Alckmin ao Brasil Econômico


São Paulo investe em pesquisa para atrair investimento

Governo aposta na modernização do IPT e ampliação das Fatecs e Etecs para colocar estado na vanguarda da inovação do país.

Investimento em pesquisa. Essa é a aposta do governo de São Paulo para ampliar o potencial de crescimento e melhorar a competitividade do estado. E o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) tem sido um dos principais beneficiados dessa investida.
No ano passado, foram aplicados R$ 49 milhões na compra de equipamentos e em modernização do instituto. Em 2010, serão outros R$ 25 milhões.
"A intenção é fazer com que o IPT ajude São Paulo a se transformar no principal centro de pesquisa e inovação do país", afirmou o secretário de Desenvolvimento do governo do Estado, Geraldo Alckmin, em entrevista ao Brasil Econômico.
Além dos investimentos já programados, o IPT vai ganhar, ainda este ano, um prédio destinado a pesquisas na área de biotecnologia, tecnologia de partículas e metrologia, que receberá R$ 46 milhões em investimentos.
A lista de desembolsos do estado para a área de pesquisa e formação de mão de obra especializada prevê ainda um investimento de R$ 27 milhões para a construção de um laboratório de estruturas leves no Parque Tecnológico de São José dos Campos, e outro, de R$ 110 milhões, para erguer um Centro de Desenvolvimento e Gaseificação de Biomassa no Parque Tecnológico de Piracicaba.
"Essa é a vocação de São Paulo", diz Alckmin. "Os parques tecnológicos são o exemplo ideal de onde podemos unir academia e o setor privado para fazer pesquisa e é isso que queremos incentivar." Os parques, que costumam estar vinculados a alguma instituição de ensino e pesquisa como as universidades ajudam a melhorar a competitividade das chamadas vocações regionais - a indústria aeronáutica de São José dos Campos é um dos exemplos.

Aposta na educação
E é em São José dos Campos que está um dos parques tecnológicos mais atuantes do estado. Nele, existe uma Faculdade de Tecnologia (Fatec), com 860 alunos, uma incubadora de empresas e o Centro de Competitividade e Inovação (Cecompi). Há ainda o Centro de Desenvolvimento de Tecnologias Aeronáuticas - que funciona com apoio da Embraer, que desenvolve pesquisas em parceria com o IPT e o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).
"O índice de empregabilidade das Fatecs, de ensino superior, é de 93%", diz Alckimin. E algo parecido com o que acontece nas Escolas Técnicas (Etecs), onde a empregabilidade é de 73%, garante o secretário. Ambas são administradas pelo Centro Paula Souza, considerado a maior rede de ensino tecnológico do país, presente em 138 cidades.
A mais recente unidade da rede foi inaugurada na semana passada. A Fatec de Bauru está localizada num prédio de 5 mil metros quadrados, com três andares, 14 salas de aula e oito laboratórios. Dentro da área vai funcionar também uma Etec. "As Etecs são escolas em tempo integral", lembra Alckmin.
Há 183 delas no estado, com 153 mil alunos e 92 cursos, que se dividem entre os setores primário (que conta com escolas agrícolas), industrial (com aulas de mecatrônica) e serviços, onde entram desde cursos de contabilidade e administração, até turismo e hotelaria. "A escolha dos cursos que serão oferecidos depende da vocação da cidade ou da região onde a unidade será instalada", diz Alckmin.
Assim como São José dos Campos faz pesquisa aeronáutica, Campinas tem um centro para estudos de Tecnologia da Informação e Santos, no litoral paulista, uma área de capacitação de pesquisa para o setor de petróleo e gás. "Sem formar pessoas e talentos não sairemos do lugar", diz Alckmin.

Fonte:Eliane Cota - Brasil Econômico

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