Paulo Octávio renuncia ao cargo de governador interino do DF



Acuado por denúncias de envolvimento no 'mensalão do DEM', 
ele já havia anunciado sua desfiliação do partido

O governador em exercício do Distrito Federal, Paulo Octávio, renunciou ao cargo nesta terça-feira, 23, após leitura de carta na Câmara Legislativa do DF. Acuado por denúncias de envolvimento no escândalo do mensalão do DEM e pressionado pela cúpula da legenda, ele já havia anunciado sua desfiliação do partido. De acordo com sua assessoria, Paulo Octávio não atenderá a imprensa.


O vice-governador assumiu o cargo após a prisão do governador eleito, José Roberto Arruda, por tentativa de suborno de testemunha e obstrução de justiça. Com o vácuo no comando do Executivo distrital, o cargo de governador será assumido interinamente pelo presidente da Câmara Legislativa, Wilson Lima (PR), aliado de Arruda. Caso o presidente e o vice da Câmara Legislativa renunciem ao governo local, a função fica sob responsabilidade do presidente do Tribunal de Justiça (TJ), que ficaria incumbido de organizar uma eleição indireta para a escolha de um novo governador.

Com a desfiliação do DEM, o vice-governador torna-se inelegível em 2010, já que o prazo para uma nova filiação expirou em outubro de 2009.

Para o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), a renúncia foi provocada pela "total incapacidade dele (Paulo Octávio) de gerenciar o governo neste momento". Para Maia, o partido é maior do que a crise no Distrito Federal. "O DEM fica sem governador, mas fica com seus princípios. Tenho certeza que nossos princípios valem mais do que qualquer governo", disse.

O deputado carioca recebeu o pedido de desfiliação de Paulo Octávio antes do anúncio da renúncia ao governo do DF. Na segunda-feira, 23, a Executiva Nacional do DEM havia dado um prazo de 24 horas para que o deputado se desfiliasse do partido ou renunciasse ao cargo.

Maia avalia, entretanto, que a situação de Paulo Octávio se agravara a ponto de, mesmo que renunciasse ao cargo, não teria clima para permanecer na legenda.

"Ele viu que, nos últimos dias, a situação dele estava ficando mais complicada no partido", disse Maia sobre a desfiliação. O deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) afirmou que Paulo Octávio tinha consciência de que seria expulso por decisão da Executiva do partido. "A tendência majoritária era totalmente favorável a sua desfiliação (de Paulo Octávio). Sabedor disso, fez como Arruda e bateu em retirada", disse Caiado.

Na semana passada, Paulo Octávio chegou a anunciar sua renúncia aos dirigentes do partido, mas recuou.

Fonte: Estadao.com.br

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