Regina Nunes diz que deu 'graças a Deus' pela derrota de Marçal no primeiro turno

Primeira-dama também comentou sobre decisão de Marta Suplicy de deixar o secretariado de Nunes para ser vice na chapa de Guilherme Boulos (PSOL)


Rafaela Gama - O Globo

A mulher do prefeito reeleito Ricardo Nunes (MDB), Regina Carnovale Nunes, disse que "deu graças a Deus" quando Pablo Marçal foi derrotado no primeiro turno da disputa por São Paulo. Em entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan, a primeira-dama disse que a saída do ex-coach foi importante porque ele era "a única pessoa tumultuando" nos primeiros debates. Ela afirmou que, a partir do momento que ele saiu, "ficou mais tranquilo para todo mundo, apesar de estar lidando com a esquerda".

"Eu não era candidata, mas ele estava o tempo inteiro falando da minha pessoa, da minha família, da minha filha", disse Regina ao relatar o incômodo diante das investidas de Marçal. Nos debates finais, as provocações incluíam menções ao boletim de ocorrência registrado por ela contra o marido em 2011. O tema virou munição para o ex-coach em embates diretos com o prefeito, que se mostrava mais irritado nesses momentos, negando as afirmações feitas pelo adversário e retribuindo xingamentos a ele.

A primeira-dama também disse que acredita que as falas e atitudes do candidato do PRTB, como a divulgação de um laudo falso contra Guilherme Boulos (PSOL), teriam influenciado a opinião pública contra ele e favorecido uma "rejeição muito grande" na reta final.

Regina também opinou sobre a live feita por Marçal na véspera do segundo turno, em Nunes e Boulos foram convidados, mas somente o psolista esteve presente. "Não entendo como o Guilherme foi fazer uma 'live' com ele, mesmo depois daquele laudo falso, aquilo pegou mal para os dois", respondeu ela.

Relação com Marta Suplicy ficou estremecida

Durante a entrevista, ela também comentou sobre sua relação com Marta Suplicy (PT), depois que ela deixou a Secretaria de Relações Internacionais da gestão Nunes. A saída foi costurada por uma articulação feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que ela se tornasse vice de Boulos.

"Ela não gostava da pessoa que estava nos apoiando, que era o Bolsonaro, por isso deixou o governo", relatou Regina. Antes "muito amigas", as duas só voltaram a ser ver nos bastidores dos debates. Apesar do afastamento, a primeira-dama disse que não se sentiu "atacada" por Suplicy durante a campanha.

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