Folha de S.Paulo
O último reajuste concedido ao Bolsa Família foi anunciado há mais de um ano, não por acaso, véspera do período eleitoral. A realidade de hoje joga por terra os números do discurso do governo, que foi alimentado por uma milionária campanha publicitária que apontava quantos brasileiros teriam deixado a miséria no país.
O desemprego chega a milhares de lares brasileiros e nunca os slogans do governo foram reduzidos tanto a meras peças de ficção, totalmente descolados da vida real da população como agora.
Aqui, a "Pátria Educadora" é a mesma que restringe o Fies e corta o Orçamento da educação, ignorando a tragédia da má qualidade do ensino.
O crescimento prometido simplesmente desapareceu. A economia parada aumenta a insegurança dos brasileiros envolvidos pelo sonho prometido do crédito farto, fácil e barato, que agora vem cobrar o seu preço, com os juros (de novo) na estratosfera e milhares de famílias endividadas.
As providências são mais do mesmo, sem que o governo saia da sua zona de conforto. Para tanto, melhor trabalhar com o chapéu alheio: aumento da carga tributária e corte de investimentos públicos essenciais à sociedade. Nenhum sinal de apreço à austeridade, como a redução das dezenas de ministérios ou extinção dos milhares de cargos de livre nomeação, ocupados pelos ativistas e militantes, em longo e dramático processo de aparelhamento do estado nacional.
A impressão é de que os problemas surgiram por geração espontânea. Ninguém decidiu sobre a política econômica adernada em equívocos primários, irresponsabilidades e descrédito! Ninguém nomeou os que tomaram de assalto o estado nacional e ninguém ordenou a subtração dos bilhões em propina nas obras e nos contratos das estatais.
A verdade é que o país se cansou da crônica terceirização de responsabilidades e espera apuração rigorosa e punição dos que erraram, para finalmente virar esta página triste da nossa história.
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