O candidato José Serra em coletiva de imprensa no comitê do partido, no centro da capital
(Foto: Jose Patricio/AE)
O candidato do PSDB à presidência da República, José Serra, ao
retomar a discussão sobre o aborto, disse nesta quinta-feira, 7, que a
questão não é ser contra ou a favor. Segundo ele, é uma questão de
valores.
“O que está em questão agora, nesta campanha, não é ser contra ou a
favor. É a mentira. Quem é a favor, de repente, diz que é contra por
motivos eleitorais, isso é que está errado. A questão é dizer a
verdade”, disse, nesta tarde, em seu comitê eleitoral na cidade de São
Paulo.
Acompanhado dos tucanos Sérgio Guerra (presidente do PSDB), Geraldo
Alckmin (governador eleito de São Paulo), Guilherme Afif Domingos
(vice-governador eleito de São Paulo) e Aloysio Nunes Ferreira (senador
eleito por São Paulo), Serra negou que tenha colocado o assunto do
aborto em sua agenda, ponderando que foi perguntado, várias vezes, sobre
a questão pela imprensa.
O candidato alegou que sempre respondeu ser contrário ao aborto por motivos de natura pessoal, crença e valores.
“Eu não tenho duas posições: uma pessoal e outra, eleitoral. Eu não
fico mudando de opinião, segundo eu acho que é ‘o vento’ do eleitorado”,
afirmou. O candidato acrescentou que respeita a atual legislação que
permite o aborto em casos de estupro e risco para a gestante.
O tucano sugeriu ainda que o debate no segundo turno da campanha avance também em outros temas, como educação e saúde.
“Acho que a gente deve aproveitar o debate do segundo turno para
ajudar a nascer um Brasil com valores claros. Quais são esses valores? A
verdade, a honestidade, a solidariedade e a justiça. Esses são valores
essenciais, ao lado de questões como saúde, educação e economia”,
sugeriu Serra.
Assédio a Marina
Serra negou que venha pressionando o PV de Marina Silva e garantiu
que o PSDB também não ofertou cargos para o partido em troca de apoio
nesse segundo turno.
“Me parece impróprio pressionar o partido”, disse, ao reforçar que
respeita o processo de discussão interna do PV. “Não é de bom tom
(pressionar), não é adequado. Eu pessoalmente não estou fazendo nenhum
tipo de pressão. Não considero isso legítimo”, afirmou.
De acordo com o tucano, não é adequado falar em cargos antes do
resultado das urnas. “Dá azar falar em ministério sem ganhar a eleição”,
disse Serra.
Vestido com um suéter verde, o candidato negou que a cor escolhida
seja uma insinuação de sua aproximação com o PV. Respondeu que a
namorada de Aécio Neves, Letícia Weber, reclamou que ele só usava a cor
azul. “Em homenagem à namorado do Aécio, eu coloquei o suéter verde.”
Fonte: Daiene Cardoso - JT
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