Após 32 anos de militância partidária, Starling, 66, não aceita a
imposição do PT nacional ao diretório mineiro do partido, que não
poderá lançar o ex-prefeito Fernando Pimentel para o governo de Minas e
terá que se coligar com o PMDB do senador Hélio Costa, em nome da
aliança pró-Dilma Rousseff.
Na tarde de ontem, logo após comunicar sua desfiliação ao juiz
eleitoral de Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte
--documento que encaminharia também ao PT do município--, ela falou à Folha.
"É lamentável que o PT acabe refém de uma pessoa, que é o Lula. [Ele]
Tem os seus méritos, mas todo mundo tem algum mérito; virou caudilho no
partido, manda, desmanda, decide, todo mundo obedece. Não dá!"
Advogada e cientista política, Starling disse que Lula assinou o
mesmo manifesto que ela na fundação do PT e que por isso ele "sabe as
regras do jogo: de baixo para cima, um partido onde o trabalhador tem
vez e voz".
Starling, que foi secretária-executiva do Ministério do Trabalho na
primeira gestão Lula, declarou: "Agora, que negócio é esse? Ninguém tem
vez e voz? Estou fora".
Ela disse que participou das prévias do PT entre Pimentel e o
ex-ministro Patrus Ananias porque acreditou que era um jogo sério e por
acreditar na vitória. "Minas merece coisa melhor do que Hélio Costa e
[o governador Antonio] Anastasia [PSDB]".
Starling sai do partido achando que o PT-MG deveria resistir, a exemplo do que faz o PT do Maranhão pelos mesmos propósitos.
"O PT de Minas tem pessoas e figuras importantes que poderiam ter se
unido para fazer uma resistência. Não é possível que essas coisas
passem assim sem que ninguém proteste", afirmou.
Fonte: Paulo Peixoto - Folha.com
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