Nos próximos dias, as Estações Paulista e Faria Lima vão funcionar gratuitamente, entre as 9 e as 15 horas; trajeto terá 4,9 quilômetros
Operários trabalham na Estação Paulista, que integra a Linha 4 - Amarela do Metrô. A futura estação Paulista fica na Rua da Consolação e terá interligação com a Linha 2 - Verde, por meio da estação Consolação. (Foto: Daigo Oliva/G1)
Com dois meses de atraso, uma das obras de transporte público mais
aguardadas dos últimos anos será finalmente inaugurada nesta
terça-feira. Ao meio-dia, entrará em operação o primeiro trecho da
Linha 4-Amarela do Metrô. Com 4,9 km, a linha vai ligar as Estações
Paulista, na Rua da Consolação, e Faria Lima, no Largo da Batata, em
Pinheiros.
Nos primeiros meses, as estações funcionarão fora do horário de
pico, apenas entre 9 e 15 horas. O período reduzido é adotado para que
sejam feitos os ajustes necessários quando o volume de passageiros é
menor - o Consórcio ViaQuatro, que vai operar o ramal, estima que nesse
período cerca de mil pessoas utilizem as duas estações da Linha 4. A
previsão é de que o horário seja expandido para o padrão de toda a rede
até setembro.
Nos próximos dias - entre uma e três semanas -, usuários não
precisarão pagar pelas viagens na Linha 4, que vai funcionar no esquema
de operação assistida. Nesse período, a ligação com a Linha 2-Verde,
por meio das Estações Paulista e Consolação, estará fechada ao público.
Há oito anos, São Paulo não tinha uma nova linha de Metrô. As obras
da Linha 4 começaram em abril de 2004. A previsão inicial era de que a
primeira fase ficasse pronta até 2008. Mas problemas com
desapropriações de imóveis e o desmoronamento da Estação Pinheiros - em
janeiro de 2007, matando sete pessoas - atrasaram as inaugurações.
Após Paulista e Faria Lima, a previsão é de que duas novas estações
sejam abertas até novembro: Butantã e Pinheiros. Entre as duas, os
trens do Metrô passarão 15 metros abaixo do leito do Rio Pinheiros. Até
abril, o governo promete também entregar as Estações República e Luz.
Por essas seis estações, deverão passar diariamente 700 mil passageiros
por dia. Numa segunda etapa, prevista para 2012, haverá ainda as
Estações Vila Sônia, São Paulo-Morumbi, Fradique Coutinho, Oscar Freire
e Mackenzie-Higienópolis.
Apesar de algumas estações estarem entre a Paulista e a Faria Lima,
como a Oscar Freire e a Fradique Coutinho, os trens inicialmente vão
passar sem parar por elas. A Linha 4 é considerada a mais tecnológica e
cheia de novidades do Metrô. A maior são os trens sem condutor - o
"driverless" -, sistema que só existe em algumas linhas de metrô na
Europa e na Ásia. Todo o controle das operações será feito a distância
e haverá esteiras rolantes para passageiros entre as Estações Paulista
e Consolação. Para evitar acidentes, portas de plataforma vão separar o
público dos trilhos. E elas só serão abertas quando a composição
estiver de portas abertas.
Integração. Orçada em mais de R$ 3,8 bilhões, a Linha Amarela deverá
fazer, no futuro, a integração entre três linhas de Metrô e duas da
Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Embora vejam os
benefícios da Linha Amarela, muitos usuários só pretendem passar a
utilizá-la após a inauguração de outras estações. "Para mim, vai ser
vantagem quando integrar com a Linha Vermelha, porque venho da zona
leste. Por enquanto, é mais fácil vir de ônibus para a Faria Lima", diz
o analista de sistema Jorge Cavalheiro. Outro motivo que desanima
algumas pessoas é a distância da Estação Faria Lima em relação aos
centros comerciais.
Fonte: Eduardo Reina, Luciana Garbin e Renato Machado - O Estado de S.Paulo
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