Lula pede a Alckmin para coordenar programa de modernização da indústria de Defesa

Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços irá comandar trabalho para revitalizar o protagonismo deste mercado


Presidente Lula em reunião com os comandantes das Forças Armadas no Palácio do Planalto 


Por Jeniffer Gularte e Bruno Góes - O Globo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu ao vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) para coordenar um programa de revitalização da indústria da Defesa no Brasil. Alckmin participou da reunião na manhã desta sexta-feira no Palácio do Planalto junto com os comandantes das Forças Armadas, quando o anúncio foi feito.

Ficará com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços  (Mdic), pasta chefiada por Alckmin, a tarefa de comandar o grupo de trabalho para revitalizar o protagonismo deste mercado. Lula passou a Alckmin a tarefa de coordenar o um grupo de trabalho junto com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro. As discussões também irão envolver Exército, Marinha, Aeronáutica, Itamaraty, Embraer, setor produtivo e a indústria de Defesa.

O entendimento do governo é que o Brasil, no passado, já teve força no setor. Com a iniciativa, o objetivo é voltar a dar destaque a este mercado. A reunião teve a presença do presidente da Fiesp, Josué Alencar, e de outros cinco empresários — Benjamin Steinbruch, Jackson Schneider, Luciano Coutinho e Antônio Machado — que discutiram soluções para a indústria de defesa.

Além de comandar o comandar o Mdic, Alckmin é visto com simpatia pelas Forças Armadas e terá a função de comandar as discussões sobre indústria de Defesa. Acelerar o protagonismo voltado a este tema é alternativa que o governo encontrou para tentar virar a página da tensão entre o Palácio do Planalto e os militares, agravada após os atos golpistas de 8 de janeiro.

Durante a conversa com os comandantes, Lula relembrou uma série de investimentos que fez nos seus primeiros dois mandatos. O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que os investimentos no setor poderão ser não só públicos, mas também via parceria público privada. Os projetos, segundo ele, deverão contemplar inovação tecnológica:

— As Forças Armadas saíram da reunião sabendo do compromisso do presidente em se ter um plano de Defesa, investir na indústria de Defesa do país, gerar emprego, tecnologia, voltar a investir na Defesa, como já fez nos oito anos em que governos, retomando planos estratégicos do país — disse Padilha.

Durante a reunião, os principais projetos estratégicos das Forças Armadas foram apresentados pelos comandantes da Marinha, Almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen, do Exército, General Júlio Cesar de Arruda e da Aeronáutica, Tenente Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno.

No Exército, entre as prioridades estão o Programa Estratégico Forças Blindadas, o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), além dos programas Defesa Antiaérea, Defesa Cibernética. Já a Marinha tem o Programa de Submarinos (PROSUB) e o Programa Nuclear e o Programa Fragatas Classe Tamandaré. Para a Aeronáutica, os projetos prioritários são o avião de transporte multimissão KC-390 Millennium, o caça multiuso F-39 Gripen, e o C-408 (aeronave de transporte leve).

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