Quem são os médicos que se dividem entre as equipes de Lula e Tarcísio

Três médicos integram ao mesmo tempo o conselho consultivo de Saúde do gabinete de transição de Lula e a equipe nomeada por Tarcísio em SP 

Geraldo Alckmin e GT da saúde

Fabio Leite - Metrópoles

Embora estejam em campos políticos opostos, as equipes de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do futuro governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), foram buscar conselhos com os mesmos especialistas para suas respectivas gestões na área da saúde.

Três médicos renomados que foram convidados pelo petista para formar um conselho consultivo do grupo de trabalho (GT) da saúde na transição federal também integram a equipe do ex-ministro bolsonarista encarregada de fazer a passagem de bastão no governo paulista.

O trio esteve reunido na noite do último domingo (4/12) com o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), coordenador do gabinete de transição, no Hospital Sírio Libanês, na capital paulista. Após o encontro, Alckmin defendeu aumento do orçamento da saúde e defendeu uma campanha massiva de vacinação.

Na transição paulista, os médicos foram convidados pelo ex-deputado federal e colega de profissão Eleuses Paiva, anunciado por Tarcísio como futuro secretário da Saúde. Os especialistas foram anunciados há duas semanas entre os 105 nomes que integram a equipe do governador eleito e têm feitos reuniões fechadas. Veja quem são eles:

Giovanni Guido Cerri

Médico radiologista, Giovanni Cerri é professor da Faculdade de Medicina da USP e tem uma relação antiga com o atual vice-presidente eleito. Entre 2011 e 2013, ele foi secretário da Saúde no governo Alckmin. Acabou pedindo demissão em meio a protestos de servidores e sindicatos do setor e retornou à vida acadêmica.

Cerri também foi diretor-geral do Instituto do Câncer de São Paulo (Icesp), da faculdade onde leciona e hoje preside um dos conselhos do Hospital das Clínicas de São Paulo, o maior da América Latina, além de ser integrante da Academia Paulista de Medicina, da qual Eleuses Paiva, futuro secretário de Tarcísio, também é membro.

Fábio Biscegli Jatene

Filho do ex-ministro da Saúde Adib Jatene (morto em 2014), Fábio Jatene é cirurgião cardiovascular e diretor do Instituto do Coração (Incor). Também é colega de Giovanni Cerri na Academia Nacional de Medicina e já operou algumas personalidades brasileiros, como o ex-goleiro Marcos e o senador Jarbas Vasconcelos (MDB-PE)

No início da pandemia, viralizou em grupos de WhatsApp o áudio de uma reunião médica na qual Jatene alerta que a Grande São Paulo teria em poucos meses 45 mil casos de Covid-19 e que não haveria leitos de UTI para atender todos os pacientes. À época, as autordades minimizaram as declarações do cardiologista. Até agora, só na cidade de São Paulo, já foram registrados 176 mil mortes pelo coronavírus.

José Medina Pestana

Terceiro médico que integra tanto a equipe de transição de Lula quanto de Tarcísio, o nefrologista José Medina Pestana é professor da Escola Paulista de Medicina (Unifesp) e diretor do Hospital do Rim e Hipertensão. Ele também integra a academia e já presidente da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos.

Durante a pandemia, Medina, como é chamado, coordenou o Centro de Contingência criado pelo governo de João Doria e participou do estudo clínico realizado para o desenvolvmento do soro anti-Covid do Instituto Butantan, junto com o ex-presidente do órgão, Dimas Covas, e o infectologista Esper Kallás, que também integra a equipe de transição de Tarcísio.

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