Geraldo Alckmin defende como essencial Auxílio Brasil de R$ 600 já a partir de janeiro no Orçamento de 2023

Vice-presidente eleito se reúne com equipe de transição e relator do Orçamento, que diz que pagar valor menor é ‘inegociável’

O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin

Daniel Weterman - Estadão

O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin defendeu a manutenção do Auxílio Brasil no valor de R$ 600 mensais a partir de janeiro, quando o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) toma posse.

Alckmin se reúne nesta quinta-feira, 3, com o relator-geral do Orçamento, senador Marcelo Castro (MDB-PI), integrantes da equipe de transição do novo governo e parlamentares do PT para negociar o Orçamento de 2023.

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A peça orçamentária deve ser votada pelo Congresso ainda neste ano. O governo eleito quer negociar mudanças no projeto enviado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) por considerar que as contas públicas estão “no osso” e não abarcam as promessas de campanhas do PT.

Ao chegar para a reunião, Alckmin confirmou que defende a manutenção do benefício com auxílio de R$ 600 já partir de janeiro. A proposta foi reforçada durante a reunião. Para isso, o aumento precisa ser viabilizado ainda neste ano e votado pelos parlamentares atuais, o que ainda não foi concretizado. O orçamento enviado por Bolsonaro ao Congresso garante apenas R$ 400 mensais no próximo ano.

Para o relator, começar o ano de 2023 com o auxílio de R$ 600, sem transição com um valor menor, é “inegociável”. “Isso é inegociável. Não há como o auxílio não ser pago no valor de R$ 600, que foi o compromisso assumido pelo presidente eleito Lula”, disse Marcelo Castro ao chegar para o encontro.

O aumento de R$ 200, em relação ao valor previsto no projeto do Orçamento de 2023, tem impacto de R$ 52 bilhões, valor que não cabe atualmente no teto de gastos públicos. Lula também prometeu um benefício extra de R$ 150 para mães com crianças até seis anos de idade, o que gera um custo adicional de R$ 18 bilhões, conforme cálculos do relator.

O relator e a equipe de transição ainda não afirmaram qual é o tamanho do espaço fiscal que precisará ser aberto para viabilizar as intenções do novo governo. O chamado “waiver” - licença para gastar - tem batido nos R$ 160 bilhões, podendo chegar a R$ 200 bilhões, como defendem alguns integrante da cúpula petista.

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