"Unir o país para mudar o Brasil", artigo de Luiz Inácio Lula da Silva

Povo deve voltar a ser o centro das atenções

Luiz Inácio Lula da Silva
Candidato do PT à Presidência, é ex-presidente da República (2003-2010)

Folha de S.Paulo

Neste domingo (30), o Brasil vai decidir seu futuro. Vamos escolher entre o caminho da prosperidade ou o da fome, dos livros ou das armas, da paz ou do ódio, da democracia ou do autoritarismo. Por isso é tão importante que cada cidadão e cidadã exerça o direito de votar. E votar com consciência, pensando no amanhã, no país que vamos deixar para nossos filhos e nossos netos.

Ao longo desta campanha, tive a oportunidade de reencontrar nosso povo nas ruas e praças do país. E o que eu vi nos olhos das pessoas foi o brilho da esperança e a vontade de mudar a vida para melhor. Este é o sentido da nossa candidatura: resgatar milhões de brasileiros e brasileiras da fome, da pobreza e da exclusão, por meio do crescimento sustentável e com distribuição mais justa da riqueza.

Sou candidato mais uma vez porque acredito que é possível realizar essa mudança. Sou candidato para unir o país em um grande movimento em defesa da democracia e pela reconstrução do Brasil. A decisão política mais importante a ser tomada é colocar novamente o povo no centro das atenções do governo. Incluir outra vez no Orçamento os trabalhadores e a maioria da população. Cuidar das pessoas em primeiro lugar, especialmente das que mais necessitam de apoio.

A experiência nos mostra que é perfeitamente possível aumentar a renda e os salários num ambiente de crescimento com estabilidade econômica. Para isso, é necessário que o presidente e o governo atuem com responsabilidade, credibilidade e previsibilidade. Foi assim que vencemos a fome, criamos 22 milhões de empregos e fizemos do Brasil a sexta maior economia do mundo.

É nosso compromisso retomar este caminho e fazer ainda mais, reabrindo os canais de diálogo entre governo e sociedade. Pretendemos definir, junto com os governadores, um conjunto de obras prioritárias e construir mecanismos de financiamento público e privado para a infraestrutura e os recursos estratégicos, de forma a gerar milhões de empregos de qualidade.

Em nosso país, a melhor maneira de fazer a roda da economia girar novamente é dinamizar e expandir o mercado interno. Por isso, é essencial aumentar o valor real do salário mínimo, retomar o Bolsa Família fortalecido, renegociar as dívidas de milhões de famílias e apoiar fortemente os batalhadores das micro, pequenas e médias empresas.

O Brasil é um país extraordinário, pronto para ingressar na economia do conhecimento e iniciar a transição energética e ecológica. Pronto para evoluir para uma agropecuária e uma mineração sustentáveis, uma agricultura familiar mais forte e uma indústria mais verde. Temos compromisso com a preservação da Amazônia e todos os grandes biomas, com o meio ambiente e o enfrentamento da crise climática.

O atual governo deixa uma herança terrivelmente pesada. Foram anos de cortes nos recursos para educação e saúde, arrocho nos salários e explosão do custo de vida. A desumanidade do atual presidente durante a pandemia foi a mais cruel expressão de sua falta de compromisso com o país, com a vida, com os valores cristãos e civilizatórios.

No primeiro turno, a maioria da sociedade brasileira disse não a este governo, apesar de todos os abusos que cometeram para tentar desvirtuar as eleições. Felizmente, ao longo do segundo turno, vimos crescer a unidade dos que, mesmo divergindo, estão juntos pela democracia, juntos pela paz e pelo Brasil.

Vamos com fé e esperança votar neste domingo para construir o futuro do país.

Comentários